Segundo a análise multicêntrica em parceria com a Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), demonstra que a Terapia VNS já traz benefícios aos pacientes com 6 meses de uso
A terapia VNS (Estimulação do Nervo Vago) pode ter maior eficácia nos casos de epilepsia refratária. O estudo “Fatores preditivos para estimulação bem-sucedida do nervo vago em pacientes com epilepsia refratária: insights da vida real de um estudo multicêntrico”, feito pelo Dr. Henrique Jannuzzelli Pires do Prado com orientação da Dra. Isabella D’Andrea-Meira, ambos do Departamento de Epilepsia do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, aponta que o método pode reduzir em média 65,6% a frequência das crises nos primeiros meses de tratamento.
De acordo com a pesquisa, após a implantação da VNS, a maioria dos pacientes teve redução de 50 a 90% das crises e nove pessoas ficaram livres de manifestações da doença. Os especialistas envolvidos nos testes reforçam que não foram relatados casos de complicações graves associadas à terapia.
“Depois de doze meses, temos benefícios que vão além da gravidade das crises. A pessoa fica mais alerta, alegre, o pós-crise diminui, melhora a fala e o humor fica diferente. Com isso, temos uma redução progressiva dos episódios epilépticos, chegando, em 10 anos de tratamento, a 70% da frequência de casos”, afirmou o Dr. Lécio Figueira Pinto, participante do estudo e vice-presidente da ABE.
Os médicos Dr. Lécio Figueira Pinto, Dra. Daniela Fontes Bezerra, Dr. Luciano de Paola, Dr. Francisco Arruda, Dra. Andrea Julião de Oliveira, Dra. Tayla Taynan Romão, Dra. Vanessa Cristina Colares, Dr. Jonadab dos Santos Silva também participaram do estudo. Para obter esses resultados, foram analisados 192 pacientes com idades de 2 a 66 anos e todos receberam, pelo menos, 6 meses de terapia VNS.
A pesquisa, intitulada “Fatores preditivos para estimulação bem-sucedida do nervo vago em pacientes com epilepsia refratária: insights da vida real de um estudo multicêntrico”, foi publicada
Apesar dos avanços, é importante pontuar que a terapia VNS é um método de tratamento de alto custo, o que dificulta o aceso de modo particular. Os pacientes brasileiros do Sistema Único de Saúde já poderiam contar com o tratamento por VNS. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União do dia 12 de setembro de 2018, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) aprovou a inclusão do “procedimento para estimulação elétrica do nervo vago para terapia adjuvante em pacientes com epilepsia resistente a medicamentos, sem indicação para cirurgia ressectiva de epilepsia no âmbito do Sistema Único de Saúde”, com prazo de 180 dias (seis meses) para que o governo passasse a oferecer o procedimento para quem necessitasse. Apesar de várias tratativas da Associação Brasileira de Epilepsia com o Ministério da Saúde, o tratamento, até hoje, não está sendo disponibilizado aos pacientes.
Como funciona a terapia VNS?
A Terapia de Estimulação do Nervo Vago é um tratamento alternativo, especialmente para casos de epilepsia refratária, ou seja, aqueles em que os pacientes não respondem adequadamente aos tratamentos convencionais, como medicamentos anticonvulsivantes.
“Quando não há controle das crises epilépticas, mesmo usando dois fármacos prescritos de forma adequada, deve-se buscar centros especializados e médicos que tenham um pouco mais de conhecimento em epilepsia de difícil controle”, afirmou Dra. Daniela Bezerra, neuropediatra da Faculdade de Medicina do ABC e médica parceira da ABE.
VNS envolve a implantação de um dispositivo médico semelhante a um marca-passo sob a pele do peito, com fios conectados ao nervo vago no pescoço. O dispositivo emite pulsos elétricos regulares para estimular o local, que está diretamente ligado às áreas do cérebro associadas às crises epilépticas.
É importante ressaltar que a decisão de utilizar a VNS é tomada pelo médico especialista, considerando a avaliação clínica do paciente e a adequação do tratamento às suas necessidades específicas.
Protocolo C.A.L.M.A.
O C.A.L.M.A, um protocolo elaborado pela ABE, traz alguns direcionamentos que podem ser aplicados em casos de urgência, já que consiste em cinco passos fundamentais para apoio em primeiros socorros na crise convulsiva. São eles:
1 – COLOQUE a pessoa de lado, com a cabeça elevada para que não se sufoque com a saliva;
2 – APOIE a cabeça da pessoa para proteção em algo macio (ex: mochilas, blusas, jalecos);
3 – LOCALIZE objetos que possam machucar a pessoa e afaste-os (ex: óculos, correntes, móveis e roupas apertadas);
4 – MONITORE o tempo. Caso a crise dure mais que 5 minutos ou acontecer outra logo após a primeira, ligue para o SAMU (192);
5 – ACOMPANHE a pessoa até ela acordar. Em caso de ferimentos ou caso seja a primeira crise, ligue para o SAMU (192).
Sobre Associação Brasileira de Epilepsia
A ABE é uma Associação sem fins lucrativos que se estabeleceu como organização para divulgar conhecimentos acerca dos tipos de epilepsia, disposta a promover a melhora da qualidade de vida das pessoas que convivem com a doença. Integra o International Bureau for Epilepsy e é composta por pessoas que têm epilepsia, familiares, neurologistas, nutricionistas, advogados, assistentes sociais, pesquisadores e outros profissionais. Atua formando grupos de autoajuda, facilitando a reabilitação profissional, lutando pelo fornecimento regular de medicamentos nos postos de saúde e hospitais públicos, além de batalhar, incansavelmente, pelo bem-estar das pessoas que convivem com a doença e pelo fim dos estigmas e preconceitos sociais.
São Paulo, fevereiro de 2024 — A terapia VNS (Estimulação do Nervo Vago) pode ter maior eficácia nos casos de epilepsia refratária. O estudo “Fatores preditivos para estimulação bem-sucedida do nervo vago em pacientes com epilepsia refratária: insights da vida real de um estudo multicêntrico”, feito pelo Dr. Henrique Jannuzzelli Pires do Prado com orientação da Dra. Isabella D’Andrea-Meira, ambos do Departamento de Epilepsia do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, aponta que o método pode reduzir em média 65,6% a frequência das crises nos primeiros meses de tratamento.
De acordo com a pesquisa, após a implantação da VNS, a maioria dos pacientes teve redução de 50 a 90% das crises e nove pessoas ficaram livres de manifestações da doença. Os especialistas envolvidos nos testes reforçam que não foram relatados casos de complicações graves associadas à terapia.
“Depois de doze meses, temos benefícios que vão além da gravidade das crises. A pessoa fica mais alerta, alegre, o pós-crise diminui, melhora a fala e o humor fica diferente. Com isso, temos uma redução progressiva dos episódios epilépticos, chegando, em 10 anos de tratamento, a 70% da frequência de casos”, afirmou o Dr. Lécio Figueira Pinto, participante do estudo e vice-presidente da ABE.
Os médicos Dr. Lécio Figueira Pinto, Dra. Daniela Fontes Bezerra, Dr. Luciano de Paola, Dr. Francisco Arruda, Dra. Andrea Julião de Oliveira, Dra. Tayla Taynan Romão, Dra. Vanessa Cristina Colares, Dr. Jonadab dos Santos Silva também participaram do estudo. Para obter esses resultados, foram analisados 192 pacientes com idades de 2 a 66 anos e todos receberam, pelo menos, 6 meses de terapia VNS.
A pesquisa, intitulada “Fatores preditivos para estimulação bem-sucedida do nervo vago em pacientes com epilepsia refratária: insights da vida real de um estudo multicêntrico”, foi publicada
Apesar dos avanços, é importante pontuar que a terapia VNS é um método de tratamento de alto custo, o que dificulta o aceso de modo particular. Os pacientes brasileiros do Sistema Único de Saúde já poderiam contar com o tratamento por VNS. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União do dia 12 de setembro de 2018, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) aprovou a inclusão do “procedimento para estimulação elétrica do nervo vago para terapia adjuvante em pacientes com epilepsia resistente a medicamentos, sem indicação para cirurgia ressectiva de epilepsia no âmbito do Sistema Único de Saúde”, com prazo de 180 dias (seis meses) para que o governo passasse a oferecer o procedimento para quem necessitasse. Apesar de várias tratativas da Associação Brasileira de Epilepsia com o Ministério da Saúde, o tratamento, até hoje, não está sendo disponibilizado aos pacientes.
Como funciona a terapia VNS?
A Terapia de Estimulação do Nervo Vago é um tratamento alternativo, especialmente para casos de epilepsia refratária, ou seja, aqueles em que os pacientes não respondem adequadamente aos tratamentos convencionais, como medicamentos anticonvulsivantes.
“Quando não há controle das crises epilépticas, mesmo usando dois fármacos prescritos de forma adequada, deve-se buscar centros especializados e médicos que tenham um pouco mais de conhecimento em epilepsia de difícil controle”, afirmou Dra. Daniela Bezerra, neuropediatra da Faculdade de Medicina do ABC e médica parceira da ABE.
VNS envolve a implantação de um dispositivo médico semelhante a um marca-passo sob a pele do peito, com fios conectados ao nervo vago no pescoço. O dispositivo emite pulsos elétricos regulares para estimular o local, que está diretamente ligado às áreas do cérebro associadas às crises epilépticas.
É importante ressaltar que a decisão de utilizar a VNS é tomada pelo médico especialista, considerando a avaliação clínica do paciente e a adequação do tratamento às suas necessidades específicas.
Protocolo C.A.L.M.A.
O C.A.L.M.A, um protocolo elaborado pela ABE, traz alguns direcionamentos que podem ser aplicados em casos de urgência, já que consiste em cinco passos fundamentais para apoio em primeiros socorros na crise convulsiva. São eles:
1 – COLOQUE a pessoa de lado, com a cabeça elevada para que não se sufoque com a saliva;
2 – APOIE a cabeça da pessoa para proteção em algo macio (ex: mochilas, blusas, jalecos);
3 – LOCALIZE objetos que possam machucar a pessoa e afaste-os (ex: óculos, correntes, móveis e roupas apertadas);
4 – MONITORE o tempo. Caso a crise dure mais que 5 minutos ou acontecer outra logo após a primeira, ligue para o SAMU (192);
5 – ACOMPANHE a pessoa até ela acordar. Em caso de ferimentos ou caso seja a primeira crise, ligue para o SAMU (192).
Sobre Associação Brasileira de Epilepsia
A ABE é uma Associação sem fins lucrativos que se estabeleceu como organização para divulgar conhecimentos acerca dos tipos de epilepsia, disposta a promover a melhora da qualidade de vida das pessoas que convivem com a doença. Integra o International Bureau for Epilepsy e é composta por pessoas que têm epilepsia, familiares, neurologistas, nutricionistas, advogados, assistentes sociais, pesquisadores e outros profissionais. Atua formando grupos de autoajuda, facilitando a reabilitação profissional, lutando pelo fornecimento regular de medicamentos nos postos de saúde e hospitais públicos, além de batalhar, incansavelmente, pelo bem-estar das pessoas que convivem com a doença e pelo fim dos estigmas e preconceitos sociais.
Informações à Imprensa: Nicole Defillo nicole@kbcomunicacao.com.br
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