sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Ação de mobilização de prevenção e tratamento da hanseníse no bairro Cidade Doutor José Euclides

Momento do evento realizado no CSF do bairro bairro Cidade Doutor José Euclides (Terrenos Novos)
Como parte das ações  pela passagem do dia mundial do hanseniano, lembrando no dia 24 de janeiro, a Secretaria da Saúde, através do seu Núcleo de Epidemiologia, organizou uma série de eventos voltados para esclarecimento, prevenção e tratamento da hanseníase. O momento aconteceu no bairro Cidade Doutor José Euclides, conhecido como Terrenos Novos.
A enfermeira Sandra Flor fala sobre a necessidade da divulgação da doença
"É importante que se divulgue junto à população, através de todos os meios de comunicação possíveis, os sinais e sintomas da hanseníase e a existência do tratamento e da cura da doença  A prevenção da hanseníase baseia-se no exame dermato-neurológico e aplicação da vacina BCG, em todas as pessoas que compartilham o mesmo domicílio com o portador da doença", explica  a enfermeira Sandra Flor. Procurar um médico aos primeiros sinais da doença é fundamental para a indicação do melhor tratamento para cada caso. Somente o médico poderá orientar o paciente em relação aos procedimentos adequados e ao uso de remédios. 
A doença
Momento da coleta para o do exame de baciloscopia
A hanseníase é uma doença que têm como características: lesão (ões) de pele com alteração de sensibilidade; acometimento de nervo(s) periférico (s), com ou sem espessamento associado às alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas. As alterações dermatológicas que podem aparecer são manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, pápulas, infiltrações, tubérculos ou nódulos. A doença tem como agente etiológico, Mycobacterium leprae. Possui como única fonte de infecção o homem e a transmissão ocorre pelas vias aéreas superiores.  
Um fator que ainda é muito presente na hanseníase é o estigma da doença. Os portadores da doença eram conhecidos como “leprosos”, pessoas impuras que estavam recebendo castigo divino e por isso eram deixadas a margem da sociedade e isoladas do convívio social. Como exemplo desse tipo de isolamento no Brasil temos a Colônia Santa Teresa em Santa Catarina, inaugurada em 1940. 
Os pacientes da Colônia eram obrigatoriamente internados e mantidos isolados, nessa em especial tentou-se construir um local o mais parecido possível com uma cidade com moeda própria, bancos, igrejas, ruas, delegacia, prefeitura. Apesar de toda essa infraestrutura isso não ameniza a forma brusca com que essas pessoas foram retiradas do seu lar, do convívio com familiares e amigos, situações como esta serviram para consolidar estigma da doença. 

Mesmos com todas as descobertas relacionadas a essa patologia, as pessoas, por falta de informação, ainda assim preferem afastar o portador de hanseníase de suas atividades diárias, dos familiares e amigos, demonstrando assim as raízes históricas e culturais da doença. Dessa forma além do paciente ter que lidar com a doença, essa gera uma experiência dolorosa de isolamento e de adaptações emocionais e físicas para nova realidade de vida com possíveis sequelas e deformidades que ocorrem pelo diagnóstico tardio e progressão da doença.
 O que não pode ocorrer na hanseníase é o diagnostico tardio que causa sequelas irreversíveis, profissionais de saúde desatentos para os sinais e sintomas diferenciais da doença, pacientes com medo e vergonha de sua doença e principalmente não se deve estigmatizar a hanseníase e tratar os pacientes com preconceito. Para que isso seja possível é fundamental informação de qualidade para pacientes, familiares, amigos, profissionais de saúde e para a população em geral, buscando diminuir a incidência da doença e eliminar o estigma e preconceito da hanseníase. 




Fotos: Carlos Silva

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