RIO — Embriões cuja composição original é inferior a
0,001% de humanos — o resto é oriundo de porcos — foram criados e analisados
por cientistas do Salk Institute (EUA). O estudo foi a primeira prova de que é
possível criar seres através da combinação material genética de homens e
animais.
Para criar uma quimera — nome originário do monstro da
mitologia clássica cuja aparência combinava leão, cabra e dragão —, os
pesquisadores injetaram células-tronco humanas, que podem se adequar a qualquer
tecido, no embrião de um porco.
O embrião, agora uma mistura de suíno e humano, foi
implantado em uma porca por até um mês.
O processo ainda tem baixa eficácia. Dos 2.075 embriões
implantados, apenas 186 continuaram desenvolvendo-se naquele período. Ainda
assim, havia sinais de que as células-tronco estavam ativas e contribuíam para
a formação de uma quimera homem-porco.
— Esta é a primeira vez que células humanas crescem
dentro de um animal de grande porte — comemora o pesquisador Juan Carlos
Izpisua, autor sênior do estudo, publicado na revista “Cell”.
De acordo com Izpisua, o resultado fraco deve-se à
“grande separação entre homens e porcos durante a evolução”. O desenvolvimento
do embrião é mais rápido no feto dos suínos, cuja gravidez dura apenas quatro
meses.
O pesquisador acrescenta que as quimeras com tecido
humano podem ser úteis para agilizar o teste de drogas, antes que elas sejam
consumidas por humanos; estudar o aparecimento de doenças humanas; compreender
os primeiros estágios do desenvolvimento de nosso embrião e explicar a
diferença entre os órgãos de diferentes espécies.
Fonte: O Extra

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