A
Secretaria da Saúde do Estado realizará nos dias 28 e 29 de junho a Oficina de
Atualização para Implementação da Vigilância Epidemiológica da Doença de
Chagas, com o objetivo de organizar a rede para identificação dos pacientes
crônicos e encaminhá-los ao serviço de saúde. Em uma ação de vigilância
pioneira no país, a rede buscará saber quantos são e onde estão os doentes
crônicos de Chagas no Ceará, a partir da articulação das fontes de diagnóstico
laboratorial da doença. A oficina acontecerá no Auditório Waldir Arcoverde,
Avenida Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema, das 13 às 17 horas de
terça-feira, dia 28, e das 8h30min às 17 de quarta-feira, 29.
Com a
abordagem de temas como a vigilância epidemiológica e entomológica,
hemovigilância, diagnóstico laboratorial e serviço de atenção farmacêutica aos
portadores de doença de Chagas, a oficina terá a participação de técnicos do
Núcleo de Atenção Primária da Sesa, da vigilância epidemiológica e farmacêutica
das coordenadorias regionais de Saúde (CRES), do Centro de Hematologia e
Hemoterapia do Ceará (Hemoce), do Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará
(Lacen) e do Laboratório da Doença de Chagas da Universidade Federal do Ceará
(UFC). Participarão, também, técnicos dos núcleos de vigilância epidemiológica
e laboratórios do Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Hospital
Geral Dr. César Cals (HGCC), Hospital Geral de Fostaleza (HGF), Hospital
Infantil Albert Sabin (HIAS), Hospital Geral Waldemas Alcântara (HGWA), da rede
pública estadual, e Hospital Universitário Walter Cantídio.
Em
fevereiro deste ano, para reforçar as ações de combate ao barbeiro, inseto
transmissor da doença de Chagas, a Secretaria da Saúde do Estado realizou a
Oficina de Implantação da Rede de Monitoramento da Suscetibilidade das
Populações Triatomínicas Brasileiras aos Inseticidas, para coordenadores de
endemias e supervisores de campo dos 25 municípios com alto risco para
transmissão vetorial da doença. Em 2006 foi registrado no Ceará surto da doença
de Chagas no município de Redenção, com oito casos identificados por
transmissão oral, pela ingestão de alimento infectado. Em 2008 foi registrado
um caso em Sobral, no mês de março, por transmissão vetorial.
A doença
de Chagas é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Apresenta
uma fase aguda que pode ser identificada ou não e tendência à evolução para as
formas crônicas, caso não seja tratada precocemente com medicamento específico.
O Trypanosoma cruzi é transmitido no ato de alimentação do vetor (transmissão
vetorial clássica). Assim que o barbeiro termina de se alimentar, ele defeca,
eliminando os protozoários e colocando-os em contato com a ferida e a pele da
vítima. A doença de Chagas também pode ser transmitida por transfusão de sangue
ou durante a gravidez, da mãe contaminada para o filho. Outro modo de
transmissão é pela ingestão de alimentos contaminados com vetores triturados ou
com seus dejetos.
A doença
crônica é majoritariamente benigna, não trazendo maiores problemas para sete em
cada dez portadores. Nos outros três podem ocorrer problemas cardíacos,
digestivos ou neurológicos, nessa ordem de frequência. No Brasil a cardiopatia
da doença de Chagas é uma importante causa de morte entre adultos de 30 a 60
anos e uma grande causa de implante de marcapasso cardíaco e de transplante de
coração. Estima-se que existam aproximadamente 12 milhões de portadores da
doença crônica nas Américas, cerca de 2 a 3 milhões no Brasil.
Assessoria de Comunicação da Sesa
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