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Fizeram parte da amostra analisada 168 adultos, com idades entre 18 e 60 anos, que sofriam de dor lombar crônica inespecífica por pelo menos três meses (Foto: Divulgação) |
Criado na década de 1980, o lema "No pain, no gain" ("Sem dor, sem ganho") virou uma máxima entre os frequentadores de academia por anos. A ideia era que, sem esforço físico intenso e consequente dor muscular, seria impossível obter benefícios para o corpo. Contudo, cientistas têm investigado que o jocosamente chamado "treinar fofo" – ou seja, a prática de exercícios com cargas menores e intensidade menos exaustiva – pode, sim, trazer bons resultados.
Um estudo de pesquisadores do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC) constatou que a prática de pilates de baixa intensidade teve efeito similar no tratamento de pacientes com dor lombar em comparação a exercícios de alta intensidade. Os resultados do trabalho foram publicados no Journal of Physiotherapy, periódico da Sociedade Australiana de Fisioterapia, tendo como autores principais os fisioterapeutas Anita Coelho, Janine Dourado e Pedro Lima, este último um docente da UFC.
O estudo iniciou em 2019 e teve duração de cinco anos, tendo na equipe de pesquisa alunos de graduação e de pós-graduação de Fisioterapia da UFC, sob a coordenação do professor Pedro Lima. Fizeram parte da amostra analisada 168 adultos, com idades entre 18 e 60 anos, que sofriam de dor lombar crônica inespecífica por pelo menos três meses. Os experimentos foram realizados no Laboratório de Pilates Clínico (Lapic), localizado no Campus do Porangabuçu, em Fortaleza.
Os participantes foram divididos e alocados para realizar sessões de uma hora de pilates clínico em alta ou em baixa intensidade, duas vezes por semana, ao longo de seis semanas. Os voluntários foram avaliados em quatro momentos: no início do estudo, após seis semanas, e a seis meses e a 1 ano da intervenção, quando os pesquisadores compararam os efeitos do pilates de alta e baixa intensidade na dor, incapacidade, função, cinesiofobia (medo de se movimentar devido à dor) e força muscular nesses pacientes.
A conclusão dos pesquisadores foi a de que as práticas de pilates de alta ou de baixa intensidade apresentaram efeitos muito semelhantes sobre a dor lombar, porém com vantagem para os exercícios de baixa intensidade, por acarretarem menos efeitos colaterais.
“O principal achado do nosso estudo é que o pilates, seja praticado com alta ou baixa intensidade, é igualmente eficaz para aliviar a dor e melhorar a capacidade funcional em pessoas com dor lombar crônica. Isso é uma ótima notícia para fisioterapeutas, pois sugere que a intensidade não precisa ser rigidamente controlada. Na prática, isso facilita o manejo de vários pacientes ao mesmo tempo e resulta em menos efeitos colaterais para o paciente”, comenta o professor Pedro Lima.
Saiba mais detalhes sobre o estudo em matéria da Agência UFC, veículo de divulgação científica da universidade.
Fonte: Pedro Lima, professor do Departamento de Fisioterapia da UFC - e-mail: pedrolima@ufc.br
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