Aqui, vamos tratar de uma dessas histórias peculiares que cabe muito bem na sublime frase de Luís de Camões "O amor é fogo que arde sem se ver". Um relato sobre os casais que se uniram durante a sua formação médica no Curso, ou aqueles que se encontraram depois, mas que guardam e dividem em seus roupeiros, como lembrança, um jaleco com o logotipo do Curso de Medicina de Sobral da UFC.
Das mesmas turmas, ou não, a história de amor e de paixão, como aquele fogo que arde sem se ver, é comum a todos os 54 casais (um levantamento atual conforme suas redes sociais), haja vista que todos eles, dividiram os mesmos espaços de formação como salas de aulas, laboratórios, biblioteca, auditórios e os equipamentos de saúde durante o estágio prático do internato, fossem acompanhados(as) do(a) amado(a), ou não.
Cronologicamente, é possível afirmar que o primeiro casal do Curso trata-se de Gerardo Aguiar e Lia Bastos, que já ingressou na escola médica de Sobral como par romântico, unindo-se oficialmente no início do estágio do Internato (2007), ambos da segunda turma. Entretanto, nos primeiros anos do Curso, outros casais já eram vistos juntos e dividindo o espaço acadêmico, a saber: Rute Cavalcante (1ª turma/T1) e Raphael Cunha (2ª turma/T2), Caroline Evy e Rafael Sousa (ambos da 2ª turma/T2), Thiago Tomaz (1ª turma/T1) e Intã Bruna (4ª turma/T4).
Nesta época, outros casais se formaram mas não prosperaram. Das histórias dos fins dos relacionamentos, açodadas pelos boatos, dizia-se que os casais se desfaziam à entrada do ciclo prático, falava-se na maldição do Internato. Conta-se, entre os colegas da época, que este teria sido um motivo para que o primeiro casal do Curso, Lia Bastos e Gerardo Aguiar, oficializasse o namoro, casando-se. Independente da versão contada de forma divertida entre os colegas de turma, parece que a atitude dos dois futuros médicos foi a mais acertada e sabotou a tal maldição. Hoje a longeva união do casal vai além dos 23 anos do Curso.
A história de união de outros casais também passa pelo Internato em seus primórdios. É o caso de Tarcilla Pinto (T3) e Diego Bezerra (T1), embora contemporâneos durante os semestres modulares, a história dos dois só vai se resolver, literalmente, na prática. O fogo que ardia sem se ver, entre os dois, só foi queimar quando ela estava no estágio do internato em Ginecologia-Obstetrícia na Santa Casa de Misericórdia de Sobral e ele já atuava como médico residente da área no mesmo hospital.
O rumo da vida, porém, e a habilidade observada em determinada competência médica, fez com que ele mudasse sua área de especialidade indo para a Cirurgia Oncológica e ela, depois de formada, optou pela Clínica Médica na especialidade de cuidados paliativos. Atualmente, o casal tem duas filhas e um filho e a união definitiva dos dois egressos durante a prática obstétrica da Santa Casa, em 2007, enterrou de vez a maldição do acaba namoro que se atribuía ao internato nos primeiros anos deste estágio.
Há, ainda, o relato da união do casal formado por Janssen Loiola (T8) e Thaís Parente (T20). "Nós já namorávamos antes da entrada da Thaís no Curso de Sobral, mas o fato de termos o mesmo interesse, no caso a medicina, fez com que a nossa união se fortalecesse e nossas conversas sobre um espaço que eu conhecia muito bem e que agora ela frequentava como aluna nos unisse cada vez mais" explica Janssen Loiola.
A justificativa acima é uma prova de que quando o Curso não é o responsável direto pela união de alguns casais aqui mapeados, que ali se conheceram e passaram a namorar, a afinidade com a área médica e o uso dos mesmos espaços durante a formação profissional é um grande apoio para a sua continuidade. Este é o caso de Janssen Loiola (ingressou em 2009) e Thais Parente (ingressou em 2014) quando a união traçada pelo amor à medicina foi plenamente favorecida, bem como as histórias que o casal terá para compartilhar de suas experiências e vivências nos ciclos curriculares.
Dentre os vários casais formados no Curso, sem dúvida, o primeiro olhar, o interesse e a atração contribuem para um algo a mais que venha depois. Às vezes, isso até acontece em dose dupla. Foi o caso das irmãs gêmeas Thays e Thayná Araújo da 19ª turma que conheceram, namoraram e casaram com colegas de outras turmas. Thays Araújo casou-se com Mário Henrique (T17) e Thayná Araújo com Igor Abadesa (T18).
Considerando a quantidade de casais formados em cada época do Curso, observando o período em que as uniões foram estabelecidas, ao que parece, a marca temporal de 2012 a 2020 foi a mais profícua na formação de casais. Percebe-se, que as turmas 15ª, 16ª,17ª, 18ª, 19ª, 20ª e 21ª colaboraram efetivamente para que o fogo do amor continuasse sempre acesso e ardendo no Curso, de acordo com os casais formados nesse ínterim de tempo, relacionados abaixo.
Vale destacar, que todos os casais relacionados neste levantamento selaram matrimônio e muitos deles já constituíram família. Acrescentando à esta relação, porém ainda em fase de namoro, está o egresso Igor Morais (T19) e a interna Jéssica Morais (T28), ela encontra-se no último período do estágio do internato. Outra curiosidade da história é a de que alguns casais iniciaram o relacionamento através dos encontros em atividades desenvolvidas no Curso, como a monitoria. Este foi o caso de Gefferson Dias (T17) e Mariana Diogo (T19), quando ele realizava suas atividades de monitor. “Eu entrei no Curso em 2014 e ele é de 2013 e nos conhecemos na Liga de Gastro, mas nos aproximamos mesmo quando ele foi monitor da minha turma, já o namoro só foi acontecer quando eu estava no sexto semestre e ele no oitavo. Para nossa sorte, o internato não nos afastou pois os nossos rodízios de área e serviços coincidiram e rodamos juntos durante um ano, isso só nos aproximou mais. Depois de formados ele foi para a residência médica, eu fui trabalhar e em 2023 casamos”, explica Mariana Diogo, ressaltando que “em abril fizemos um ano de casado e as paredes da Famed/Sobral são muito especiais para nós tanto pela nossa formação quanto pelo nosso romance e nunca iremos esquecê-las”, acrescenta.Ainda dos registros de união no Curso, que têm como cenário as orientações de monitoria, está o encontro de Lucas Magalhães (T23) e Beatrice Ponte (T24). Ele era monitor de turma e de repente se depara em suas orientações com Beatrice Ponte. O interesse e a dedicação dos conteúdos que ele dispensava à acadêmica da turma 23 destoava das demais orientações repassadas aos outros e outras estudantes. “Tratava-se de um acompanhamento de natureza muita exclusiva e pessoal. Todo mundo percebia que o Lucas tinha interesse na minha irmã e não era só orientação de monitoria não”, revela Bárbara Ponte (T30), irmã de Beatrice. Assim, Lucas Magalhães e Beatrice Ponte, embora não percebessem, estava ali o fogo do amor que já queimava sem se ver, culminando com a união do casal.
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
(Luís Vaz de Camões (1524-1580)
GALERIA DOS CASAIS








































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