terça-feira, 14 de novembro de 2023

Novembro azul: como combater a desinformação e se prevenir contra o câncer de próstata



Mês dedicado à conscientização de problemas de saúde que envolvem, principalmente, o câncer de próstata, revisita um tema tratado como tabu

 Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, um em cada seis homens acima de 45 anos pode ter câncer de próstata sem saber. E o resultado é desastroso: 42 morrem em consequência desta doença diariamente, e cerca de 3 milhões vivem com este diagnóstico, como indica o Ministério da Saúde. O senso comum diz que, quando chega aos 40 anos, a pessoa deve se submeter a um exame de toque retal, e que essa é a única forma de se prevenir.

“Primeiramente, é preciso esclarecer que o toque retal não é a única opção entre os exames. Normalmente, o primeiro recomendado ao paciente é o PSA, exame de sangue capaz de medir antígenos da próstata. Já o toque retal pode ser feito num segundo momento, sendo indicado em casos específicos, quando se precisa, por exemplo, avaliar o tamanho da próstata. Mas nenhum dos dois traz resultados conclusivos sobre o diagnóstico de câncer”, afirma Dra. Karina Santos, médica do Time de Saúde da Sami, healthtech que tem um modelo focado em atenção primária à saúde, com time de saúde e cuidado coordenado.

O crescimento da próstata pode indicar não somente o câncer, mas um aumento benigno da glândula. Segundo a American Cancer Society, a próstata pode mudar de tamanho à medida que a pessoa envelhece. Em mais jovens, por exemplo, a glândula costuma ser semelhante a uma noz, mas pode dobrar de tamanho com o passar dos anos. E o PSA não consegue distinguir se o câncer é ou não progressivo, ou se o crescimento é tão lento que poderia não causar sintomas ao longo da vida. Mais que isso, o PSA tem uma característica de apresentar alta sensibilidade e frequentemente manifestar seus valores alterados — sem que, no entanto, isso signifique que a pessoa está doente (são os chamados casos “falso-positivos”).

Normalmente, o câncer de próstata não apresenta sintomas em estágios iniciais e, por isso, é considerado uma doença silenciosa. No entanto, ao atingir estágios mais avançados, de acordo com o Oncoguia, pode causar:

  • Micção frequente;
  • Fluxo urinário fraco ou interrompido;
  • Vontade constante de urinar à noite (Nictúria); 
  • Incontinência urinária; 
  • Sangue na urina ou no sêmen; 
  • Disfunção erétil.

Se o câncer de próstata criar metástases e se espalhar para outros órgãos, ele ainda pode provocar dor no quadril, nas costas, nas coxas, nos ombros ou nos ossos, fraqueza, dormência nas pernas ou pés, redução do apetite e perda de peso não intencional. Existem alguns fatores que aumentam significativamente o risco de desenvolver a doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o principal deles é a idade — considerando que as chances de ter o tumor aumentam após os 50 anos. Mas há outros fatores, como: histórico familiar; alimentação com muita carne vermelha e/ou laticínios gordurosos; alcoolismo; tabagismo; exposição constante a produtos químicos, geralmente no ambiente de trabalho.

O método utilizado para o tratamento irá depender do estágio da doença. Mas, de modo geral, o tumor pode ser tratado via cirurgia, radioterapia, criocirurgia, hormonioterapia, imunoterapia e quimioterapia. Esses tratamentos costumam ser feitos separadamente. Mas há alguns casos em que eles são combinados.

Karina Santos aponta que apenas uma pequena parcela dos pacientes sabe como se prevenir corretamente contra o câncer: “os pacientes acreditam mais na prevenção que chamamos de ‘secundária’ — detecção precoce com exames — do que na primária, sendo o combate aos fatores de risco. Precisamos nos esforçar em mudar isso, pois o excesso de rastreamento pode levar pacientes a sofrimentos psicológicos e até físicos desnecessários”, afirma a médica da Sami. E complementa: “a saúde do homem não está restrita apenas à sua próstata. O Novembro Azul deveria alertar para outras condições que representam as maiores causas de morte entre os homens no Brasil, como diabete, hipertensão, infarto e AVC. Combater a obesidade, o sedentarismo e o tabagismo são ações fundamentais”.

 Informações à Imprensa: Giovana Cardozo — Storyteller — giovana@pina-una.com

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