sábado, 25 de novembro de 2017

Adoçante pode promover aumento de peso por otimizar a captação de calorias

Os adoçantes foram originalmente criados para dar um gosto doce a alimentos de pessoas diabéticas. Mas o produto, que não tem açúcar e por isso contém pouca ou nenhuma caloria, caiu no gosto popular, principalmente de quem quer emagrecer. Mas, de acordo com uma revisão de estudos apresentada na edição última do evento “Obesity Week”, que ocorreu em Washington, nos Estados Unidos no início do mês, o adoçante pode ajudar a engordar, porque é capaz de otimizar a captação das calorias ingeridas durante as refeições em que é utilizado.

— O produto só funcionará se a pessoa usar o adoçante e não comer besteira ao mesmo tempo, principalmente carboidratos, incluindo o açúcar. Caso contrário, a combinação de alimentos supercalóricos com adoçante pode resultar em aumento de peso, um efeito totalmente contrário ao esperado — explica o endocrinologista Flavio Cadegiani.

Ao sentir um gosto doce na boca, o corpo se prepara para metabolizar o açúcar, o que não ocorre.

— O que acontece é que enganamos nosso corpo, pois ele trabalha para digerir um açúcar que não foi consumido. Hoje em dia, a população faz uso indiscriminado do adoçante. As pessoas não contam mais a quantidade de gotinhas que estão colocando — alerta a nutricionista Liliane Rocha.

Além de evitar o uso em excesso, os especialistas recomendam que as pessoas deem preferência aos adoçantes naturais, já que os artificiais têm aditivos químicos. Apesar disso, segundo Walmir Coutinho, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), é melhor fazer uso de adoçante no lugar do açúcar:


— Mesmo que ele possa levar ao ganho de peso quando usado por muito tempo, é menor se comparado ao proporcionado pelo açúcar. A pessoa precisa ter cautela. O ideal não seria usar nem açúcar nem adoçante. Mas para escolher, é melhor o segundo — afirma.

Uma das maneiras de tentar cortar o açúcar e o adoçante da dieta é fazendo sucos naturais de frutas da época.

— Elas costumam ser mais adocicadas e saborosas. Além disso, podemos inserir alimentos amargos e ácidos aos poucos e em pequena quantidade no dia a dia, para estimular outras regiões cerebrais responsáveis pela memória de sabores. Passado o período inicial de baixo consumo de açúcar, o desejo de consumí-lo tende a ser reduzido, pois o organismo se acostuma com seus novos níveis — indica a nutricionista Carine Rodrigues da Clinèe Medicina Estética.


Os especialistas reforçam que o uso do adoçante deve ser feito sob orientação de um profissional de saúde.


Fonte: O Extra

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