Os adoçantes foram originalmente criados para dar um
gosto doce a alimentos de pessoas diabéticas. Mas o produto, que não tem açúcar
e por isso contém pouca ou nenhuma caloria, caiu no gosto popular,
principalmente de quem quer emagrecer. Mas, de acordo com uma revisão de
estudos apresentada na edição última do evento “Obesity Week”, que ocorreu em
Washington, nos Estados Unidos no início do mês, o adoçante pode ajudar a
engordar, porque é capaz de otimizar a captação das calorias ingeridas durante
as refeições em que é utilizado.
— O produto só funcionará se a pessoa usar o adoçante e
não comer besteira ao mesmo tempo, principalmente carboidratos, incluindo o
açúcar. Caso contrário, a combinação de alimentos supercalóricos com adoçante
pode resultar em aumento de peso, um efeito totalmente contrário ao esperado —
explica o endocrinologista Flavio Cadegiani.
Ao sentir um gosto doce na boca, o corpo se prepara para
metabolizar o açúcar, o que não ocorre.
— O que acontece é que enganamos nosso corpo, pois ele
trabalha para digerir um açúcar que não foi consumido. Hoje em dia, a população
faz uso indiscriminado do adoçante. As pessoas não contam mais a quantidade de
gotinhas que estão colocando — alerta a nutricionista Liliane Rocha.
Além de evitar o uso em excesso, os especialistas
recomendam que as pessoas deem preferência aos adoçantes naturais, já que os
artificiais têm aditivos químicos. Apesar disso, segundo Walmir Coutinho,
membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), é melhor
fazer uso de adoçante no lugar do açúcar:
— Mesmo que ele possa levar ao ganho de peso quando usado
por muito tempo, é menor se comparado ao proporcionado pelo açúcar. A pessoa
precisa ter cautela. O ideal não seria usar nem açúcar nem adoçante. Mas para
escolher, é melhor o segundo — afirma.
Uma das maneiras de tentar cortar o açúcar e o adoçante
da dieta é fazendo sucos naturais de frutas da época.
— Elas costumam ser mais adocicadas e saborosas. Além
disso, podemos inserir alimentos amargos e ácidos aos poucos e em pequena
quantidade no dia a dia, para estimular outras regiões cerebrais responsáveis
pela memória de sabores. Passado o período inicial de baixo consumo de açúcar,
o desejo de consumí-lo tende a ser reduzido, pois o organismo se acostuma com
seus novos níveis — indica a nutricionista Carine Rodrigues da Clinèe Medicina
Estética.
Os especialistas reforçam que o uso do adoçante deve ser
feito sob orientação de um profissional de saúde.
Fonte: O Extra
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