sábado, 25 de março de 2017

Nesta época de inverno, saiba mais sobre diarreia - Drª Tarcilla Pinto (Clínica Médica e Cuidados Paliativos)

É muito comum que as pessoas busquem na internet a solução para quadros de diarreia. Mas, apesar de parecer simples e inofensivo, o problema pode estar relacionado a uma doença séria. A diarreia é um sintoma quase tão amplo quanto uma febre, ou seja, pode indicar diferentes problemas, mas é possível diferenciar o sintoma em dois grandes grupos:
Agudas
Costumam durar menos de duas semanas (máximo quatro nas persistentes) e costumam ser divididas em aquosas e disentéricas (ou sanguinolentas), de acordo com o agente causador.
A maioria tem origem infecciosa: por vírus, bactérias, parasitas, ou ainda por toxinas secretadas por algumas bactérias, com E. coli e V. cholerae (ou Cólera), podendo advir de água e alimentos contaminados.
Suspeitamos de infecção quando a diarreia começa subitamente, é acompanhada de:
- febre,
- náuseas,
- vômitos,
- e queda no estado geral, como apatia.
Se você comeu algo estragado e menos de 12h desenvolveu diarreia aquosa, muito provavelmente é a toxina da bactéria e não a bactéria em si. Não há muito o que fazer além de esperar a eliminação destas toxinas. Nesse momento é importante manter a hidratação e, se necessário, usar medicamento para aliviar a dor.
Neste grupo há também as diarreias desencadeadas por vermes e parasitas – que costumam acontecer principalmente em algumas regiões do país, com falta de saneamento básico, por exemplo. Nestes casos, a identificação do parasita acontece apenas em cerca de 30% dos casos. Na maioria das vezes, já partimos para um tratamento que procura amenizar os sintomas e manter a hidratação.
Boa parte das diarreias agudas se resolvem entre três e sete dias, por isso, é importante prestar atenção ao tempo que você tem os sintomas.
Nesta fase, o médico deve ser procurado quando nessas circunstâncias:
- Quando houver sangue nas fezes;
- Quando você não consegue repor por via oral a água que está perdendo;
- Quando há sintomas de desidratação como fraqueza, mão gelada, boca seca, tontura e coração palpitante;
- Quando a diarreia dura mais que cinco dias, com estufamento da barriga;
- E quando você vem de alguma região com suspeita de epidemia / surto de diarreia.
Crônicas
A diarreia crônica ou intermitente dura mais do que quatro semanas seguidas, ou com o intestino soltando pontualmente entre esse período. Nestes casos, em geral, há três diagnósticos que devem ser identificados por meio do acompanhamento de um especialista:
- Intolerância alimentar – principalmente à lactose, mais comuns em mulheres e idosos, além da intolerância ao glúten e a própria doença celíaca, que cresceu muito nos últimos anos;
- Síndrome do intestino irritável – comum em mulheres jovens, acompanha dor abdominal, costuma prender ou soltar o intestino. É conhecida, também, como diarreia funcional. Está ligada à movimentação, absorção, sensibilidade fora do padrão, mas sem alterações anatômicas no intestino - não se trata de uma inflamação no órgão;
- Doença inflamatória intestinal - inflamação que acomete todo o trato digestivo ou parte dele. Questões genéticas, do sistema imunológico e fatores ambientais podem estar entre as principais causas.
As parasitoses também podem entrar neste grupo das diarreias crônicas, mas são mais raras em ambientes de boa infra-estrutura urbana.

 Dra Tárcilla Pinto - Clínica Médica e Cuidados Paliativos.
www.dratarcillapinto.com.br
(88) 3613-2900

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