Aos poucos, os
olhinhos cansados de quem passa por tratamento médico foram se transformando em
um sorriso. Ao som de marchinhas de carnaval, pacientes da pediatria do
Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) receberam, na manhã de
ontem, uma dose de alegria. Familiares, profissionais do hospital e quem
esperava por uma consulta também.
Organizada pelo
IntoVoluntário, grupo que promove melhora na qualidade de vida dos pacientes, a
festa teve apresentação do Harmonicanto, conjunto com jovens da comunidade do
Cantagalo. Assim como o baile, as atividades dos voluntários agem como uma
vitamina, que dá ânimo e energia para o tratamento.
— Gabrielly teve
alta hoje (ontem). Já estávamos saindo quando ela viu a festa e quis ficar. Ela
tem medo de não voltar a andar depois da cirurgia no quadril, mas, agora,
parece mais forte e alegre para voltar para casa — diz Lais de Paiva, mãe da
menina de 5 anos, de Volta Redonda, no sul fluminese.
Os pacientes, de
várias partes do Brasil, chegam ao Into, especializado em casos de alta
complexidade, pelo sistema de regulação de vagas do Sistema único de saúde.
Eles podem passar bastante tempo internados.
— Por virem de
fora do Rio, sentem-se sozinhos. Às vezes, vem só a mãe ou o pai. Ficam sem
visitas, alguém para conversar. Tentamos suprir esse contato humano — observa a
psicóloga coordenadora do IntoVoluntário, Isabela Duarte.
Voluntários do Into em festa de carnaval Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo |
Para ela, o voluntariado é uma via de mão dupla. Quem chega para doar
seu tempo sai renovado. O estudante Ramiro Lucena é a prova disso.
— É uma terapia. Distrai a cabeça. Vou nos quartos com violão, levo
música e conheço histórias de vida incríveis — conta jovem que faz atividades
com adultos.
Seu colega Andersen Fagundes lembra que muitos só precisam de atenção.
— A gente vê muita solidão. As pessoas precisam falar e eu simplesmente
as ouço.
Voluntários
do Into em festa de carnaval Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
‘Só
quero vê-la feliz’
|
A atendente
Fernanda Barros é mãe de Lauane, de 7 anos, que está internada no Into por
conta de neurofibromatose. A menina precisou operar a coluna pela terceira vez.
— A minha filha
tem neurofibromatose e viemos de Pernambuco para ela operar a coluna e o braço.
Ela está há 39 dias internada. Isso a cansa, tira o apetite, ela emagrece e tem
saudade de casa. Com as atividades dos voluntários, vejo a Lauane animada.
Aprendemos juntas com a contação de histórias. O tempo passa mais rápido. Para
mim é uma satisfação porque só quero vê-la feliz — comenta a mãe.
Como se tornar um voluntário
Deve-se entrar
em contato com a coordenação de voluntariado pelo telefone 2134 5523 e marcar
uma entrevista. Se selecionado, haverá um treinamento. Entre os requisitos, é
preciso ter mais de 18 anos e disponibilidade de até 3 horas semanais. Mais
informações no www.into.saude.gov.br.
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