Novas evidências confirmam que a terapia de reposição
hormonal na menopausa pode aumentar o risco de câncer de mama.
Resultados de um estudo publicado online no dia 29 de
março na revista científica Journal of the National Cancer Institute reforçam
as preocupações sobre os riscos da reposição hormonal em mulheres menopáusicas.
Esta nova análise confirma a associação entre reposição hormonal com estrógeno
mais progesterona e o aumento da incidência de câncer de mama, especialmente
quando a reposição hormonal é iniciada próximo ao período da menopausa.
A ligação entre reposição hormonal e câncer de mama já
havia sido demonstrada em outros estudos. O fato novo exposto por esta análise,
que incluiu cinco estudos com mulheres pós-menopáusicas de 50 a 79 anos, é que
as mulheres que iniciam a reposição poucos meses após o início da menopausa têm
o seu risco de desenvolver câncer de mama muito aumentado (risco em torno de
três vezes maior) quando comparado com o risco das mulheres que iniciam o
tratamento dez anos após a menopausa (as quais, por sua vez, também têm um
risco maior que as mulheres que não fazem reposição hormonal alguma, porém não
tão alto). Por contar nesta análise com um número maior de mulheres que
iniciaram a reposição logo após a menopausa foi possível detectar este grande
aumento de risco com a reposição precoce.
Em outros estudos que igualmente apontaram para um risco
na reposição hormonal, este risco maior com a reposição precoce não era
possível de ser observado porque a maioria das mulheres naqueles estudos
iniciava a reposição, em média, dez anos após o início da menopausa.
Outro dado que esta análise adiciona à discussão é o de
que não houve diferença na sobrevida após o diagnóstico entre as mulheres com
cânceres de mama ligados à reposição e àquelas que desenvolveram cânceres não ligados
à reposição, contrariando alguns estudos anteriores que sugeriam que os
cânceres de mama ligados à reposição hormonal eram de melhor prognóstico.
Estes novos resultados confirmam estudos prévios que
demonstram que a reposição hormonal está associada a um aumento do risco de
câncer de mama, e apresentam novas evidências de que: A) estes cânceres ligados
á reposição hormonal não têm melhor prognóstico dos que os outros cânceres de
mama, e, principalmente, B) que quanto mais cedo é iniciada a reposição após a
menopausa maior é o risco.
Este conjunto de observações inserem novos argumentos no
diálogo indispensável entre as mulheres e seus médicos sobre os prós e os
contras da reposição hormonal durante a menopausa, avaliando-se, por um lado,
as limitações produzidas pelos sintomas da menopausa, e, por outro, a
ponderação das evidências de um risco aumentado de desenvolver câncer de mama,
evidências estas confirmadas e ampliadas a cada nova pesquisa científica
publicada.
Fonte: ABC Saúde

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