“Quando eu estava em crise, eu tinha que correr para o
hospital, para tomar uma injeção na nuca, pois minhas dores eram tão fortes que
não tinha remédio que ajudasse. Só com a injeção as minhas dores eram
aliviadas”, relata dona Francisca Aurineide, 48 anos. A dona de casa conta que
desde que começou o tratamento no Ambulatório de Cefaleia do Hospital Geral de
Fortaleza (HGF), da rede pública do Governo do Estado, a sua saúde e a vida
melhoraram. Depois de ter sido feito o diagnóstico correto para o tratamento da
sua dor de cabeça, ela sente menos crises e não precisa mais das injeções.
Vendo que muitas outras pessoas também sofriam do mesmo
problema da dona Francisca e que o número de procura por tratamento era muito
alto, o neurologista e também membro da Sociedade Brasileira e Internacional de
Cefaleia, João José Carvalho, criou o "Mutirão da dor de cabeça", que
está completando 10 anos. O HGF marca uma década de realização de mutirões, com
um mutirão no próximo sábado, 4, e tem com o tema “Três é demais”. Começará às
8 horas, no edifício Régis Jucá, do HGF, na Rua André Dall'Olio, s/n, Papicu.
Atenderá os 80 primeiros pacientes que chegarem com encaminhamento da atenção
básica para uma consulta com neurologista pelo motivo dor de cabeça. Os pacientes
devem apresentar um documento de identificação, com foto.
Tratamento correto
O mutirão será realizado em parceria com Sociedade
Brasileira de Cefaleia e em conjunto com
Academia Brasileira de Neurologia. O neurologista João José de Carvalho fala que
"quanto mais cedo se faz o tratamento, melhor é o resultado. A maioria das
pessoas só procura o médico quando a dor já está crônica, o que dificulta o
tratamento. O certo é procurar o especialista o quanto antes, para poder
identificar o sintoma e fazer o tratamento correto” explica.
Neurologistas e médicos residentes do ambulatório
atenderão e darão orientações as pessoas que chegarem ao hospital para o
tratamento da dor de cabeça. O neurologista João José explica que existem dois
tipos de tratamento: tratamento de crise e tratamento preventivo. “O tratamento
da crise é feito através de analgésicos que os pacientes podem encontrar, em
qualquer farmácia. Já o preventivo é feito com medicamentos específicos que se
tomam todos os dias, durante pelo menos um ano”. Ainda segundo ele, cerca de
78% dos pacientes que são atendidos pelo hospital melhoram das dores com o
tratamento correto.
A comerciante Rosinei Rodrigues, 29 anos, faz o
tratamento no Ambulatório de Cefaleia do HGF há 4 anos. Ela fala que desde os
10 anos começou a sentir dores de cabeça e com o passar dos anos, as dores só
foram piorando. "Eu tinha dores terríveis e elas só foram piorando. As
crises de enxaqueca começaram a ser em toda a minha cabeça, descia por todo
pescoço e meu rosto ficava todo inchado. Hoje em dia graças a Deus, eu faço o
tratamento certo e não fico mais com crise", explica. Os pacientes que não
forem atendidos neste sábado receberão orientação e terão seus nomes e contatos
cadastrados para agendamento de consulta no ambulatório de dor de cabeça do
HGF.
Criado em 2006, o mutirão da cefaleia é uma iniciativa
que foi pioneira no Estado do Ceará. O ambulatório realiza, em média, 100
atendimentos por mês, sempre às quintas-feiras. Anualmente, é realizado um
mutirão entre os meses de maio e junho quando o ambulatório recebe novos
pacientes encaminhados da rede primária e secundária. Possui cinco consultórios
e uma equipe formada por médicos e residentes. O HGF garante ainda exames, como
punção lombar, ressonância magnética e tomografia computadorizada, necessários
para investigação de alguns casos de dor de cabeça. Pacientes do ambulatório
também podem receber medicamentos de alto custo, quando prescritos,
gratuitamente, no hospital.
No último mês de fevereiro, o Ambulatório de Cefaleia do
HGF completou 25 anos de serviços, com atendimento especializado à população
cearense. No balanço de serviços, cerca de 45 mil consultas, beneficiando
aproximadamente 12 mil pacientes. De acordo com o neurologista João José
Carvalho, fundador do ambulatório, as pessoas atendidas no ambulatório sofrem,
em geral, com dores de cabeça primárias – aquelas em que a dor de cabeça é a
própria doença e não um sintoma de outra enfermidade. Estudos realizados no
ambulatório mostram que 68% dos pacientes atendidos têm enxaqueca.
Assessoria de Comunicação do HGF
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