quinta-feira, 21 de abril de 2016

Síndrome dos ovários policísticos (Por Dr. Davi Helder de Vasconcelos Junior - Endocrinologista/Metabologista)

Artigo
A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma das doenças endocrinológicas mais comum na mulher na idade reprodutiva. Caracteriza-se pelo aumento da produção de hormônios masculinos (hiperandrogenismo). Seus principais sintomas são: aumento do volume ovariano, ausência ou irregularidade da menstruação, ausência de ovulação, aumento de peso, aparecimento de acne, hirsutismo (crescimento de pêlos no rosto e outros locais em que a mulher normalmente não tem pêlos), queda de cabelo, resistência insulínica e problemas com a fertilidade.
Mulheres com a síndrome apresentam, em geral, valores mais elevados de percentual de gordura, adiposidade central, testosterona, glicose pós-prandial, insulina basal e pós-prandial, triglicerídeos, colesterol total e LDL colesterol. Além disso, apresentam fatores de risco cardiovasculares mais precocemente quando comparadas com as mulheres sem a síndrome, com mesmo índice de massa corporal (IMC).
Apesar de a síndrome ser causa de irregularidade menstrual em 85% das jovens, este distúrbio pode se manifestar de diversas formas. Além disso, ela está associada com o maior risco para o desenvolvimento de outras doenças como câncer de endométrio (tumor localizado na parede interna do útero), ataque cardíaco e diabetes.
Não foi estabelecida ainda a causa específica da síndrome dos ovários policísticos. Sabe-se que 50% das mulheres com essa síndrome têm hiperinsulinismo e o restante apresenta problemas no hipotálamo, na hipófise, nas suprarrenais e produz maior quantidade de hormônios masculinos.
De acordo com a Diretriz Brasileira sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos, dieta e exercícios físicos representam o tratamento de primeira linha, melhorando a resistência à insulina e retorno dos ciclos ovulatórios, mesmo na ausência de perda de peso. Com o tratamento medicamentoso adequado, cerca de 50% a 80% das pacientes apresentam ovulação e 40% a 50% engravidam. A fertilização in vitro também é indicada nos casos em que a estimulação ovariana foi exagerada, com o objetivo de evitar o cancelamento do ciclo.
A perda de peso resultante das mudanças no estilo de vida “favorecerá a queda dos androgênios circulantes, melhorando o perfil lipídico e diminuindo a resistência periférica à insulina; dessa forma, contribuirá para o decréscimo no risco de aterosclerose, diabetes e regularização da função ovulatória. A prescrição de contraceptivos hormonais orais de baixa dose, por sua vez, propiciarão o controle da irregularidade menstrual e redução do risco de câncer endometrial” (Projeto Diretrizes AMB).
Apesar de ser comum, a Síndrome dos Ovários Policísticos manifesta-se de diferentes formas nas mulheres e por este motivo seu tratamento deve ser individualizado. Até o momento não foi descoberta sua cura, entretanto com o controle dos sintomas é possível prevenir os problemas associados. Em casos de suspeita da síndrome, procurar um médico Endocrinologista / Metabologista.
Com informação da SBEM / Associação Médica Brasileira (AMB)
Dr. Davi Helder de Vasconcelos Júnior
CRM - 10.730
Endocrinologista e Metabologista


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