Artigo
A Síndrome dos Ovários Policísticos é
uma das doenças endocrinológicas mais comum na mulher na idade reprodutiva. Caracteriza-se
pelo aumento da produção de hormônios masculinos (hiperandrogenismo). Seus
principais sintomas são: aumento do volume ovariano, ausência ou irregularidade
da menstruação, ausência de ovulação, aumento de peso, aparecimento de acne,
hirsutismo (crescimento de pêlos no rosto e outros locais em que a mulher
normalmente não tem pêlos), queda de cabelo, resistência insulínica e problemas
com a fertilidade.
Mulheres com a síndrome apresentam, em
geral, valores mais elevados de percentual de gordura, adiposidade central,
testosterona, glicose pós-prandial, insulina basal e pós-prandial,
triglicerídeos, colesterol total e LDL colesterol. Além disso, apresentam
fatores de risco cardiovasculares mais precocemente quando comparadas com as
mulheres sem a síndrome, com mesmo índice de massa corporal (IMC).
Apesar de a síndrome ser causa de
irregularidade menstrual em 85% das jovens, este distúrbio pode se manifestar
de diversas formas. Além disso, ela está associada com o maior risco para o
desenvolvimento de outras doenças como câncer de endométrio (tumor localizado na
parede interna do útero), ataque cardíaco e diabetes.
Não foi estabelecida ainda a causa
específica da síndrome dos ovários policísticos. Sabe-se que 50% das mulheres
com essa síndrome têm hiperinsulinismo e o restante apresenta problemas no
hipotálamo, na hipófise, nas suprarrenais e produz maior quantidade de
hormônios masculinos.
De acordo com a Diretriz Brasileira
sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos, dieta e exercícios físicos
representam o tratamento de primeira linha, melhorando a resistência à insulina
e retorno dos ciclos ovulatórios, mesmo na ausência de perda de peso. Com o
tratamento medicamentoso adequado, cerca de 50% a 80% das pacientes apresentam
ovulação e 40% a 50% engravidam. A fertilização in vitro também é indicada nos
casos em que a estimulação ovariana foi exagerada, com o objetivo de evitar o
cancelamento do ciclo.
A perda de peso resultante das mudanças
no estilo de vida “favorecerá a queda dos androgênios circulantes, melhorando o
perfil lipídico e diminuindo a resistência periférica à insulina; dessa forma,
contribuirá para o decréscimo no risco de aterosclerose, diabetes e
regularização da função ovulatória. A prescrição de contraceptivos hormonais
orais de baixa dose, por sua vez, propiciarão o controle da irregularidade menstrual
e redução do risco de câncer endometrial” (Projeto Diretrizes AMB).
Apesar de ser comum, a Síndrome dos
Ovários Policísticos manifesta-se de diferentes formas nas mulheres e por este
motivo seu tratamento deve ser individualizado. Até o momento não foi
descoberta sua cura, entretanto com o controle dos sintomas é possível prevenir
os problemas associados. Em casos de suspeita da síndrome, procurar um médico
Endocrinologista / Metabologista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário