Câmara de Vereadores de Sobral realiza audiência pública para tratar do fluxo das cirurgias eletivas na Santa Casa

Momento da Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Sobral

Na sessão da Câmara dos Vereadores de Sobral da tarde desta terça-feira (15), foi realizada Audiência Pública para tratar da oferta e e a realização de cirurgias eletivas na Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS). O momento foi solicitado pela Comissão de Saúde da Câmara, sendo provocado pelo vereador Gegê Romão. Na sua justificativa, o edil ressaltou que a audiência tinha como objetivo esclarecer o motivo da suspensão das cirurgias eletivas na Santa Casa e ao mesmo tempo viesse a contribuir para encontrar uma solução para o problema. Segundo o vereador, hoje há uma fila de espera por cirurgias eletivas que já soma mais de mil pessoas.  

Na oportunidade, compareceram à  audiência, para prestar os devidos esclarecimento, a secretária da saúde de Sobral, Drª Mônica Lima, o diretor técnico da Santa Casa, Dr. Cristiano Araújo Costa, o diretor administrativo doeste hospital, Zózimo Medeiros, além da presença do secretário adjunto da saúde, Zezé Leal, e o advogado Domingues Ponte, representando a Comissão de Saúde da OAB/Sobral. Na plateia, populares, profissionais da saúde e representantes de vários segmentos sociais.

Vereadores e gestores da saúde na Audiência Pública na Câmara de Sobral

Em suas falas, além dos questionamentos voltados às cirurgias eletivas, os vereadores também abordaram a falta de medicamentos no Município, liberação de exames, como de ressonância e de tomografia, através de favorecimento político, além da questão da falta de vaga nos carros da Prefeitura para pacientes que estão em tratamento de câncer em Fortaleza. Após a exposição de todos estes questionamentos, os gestores da saúde presentes à plenária foram convidados para explicar tais situações.
Quanto à questão das cirurgias eletivas, o Dr. Cristiano Araújo informou que desde o dia 1º de março os procedimentos foram retomados e que neste mês já foram realizadas 223 cirurgias eletivas, através do programa Vida Nova. "É claro que a Santa Casa tem interesse em fazer estas cirurgias, mas o Hospital não consegue realizar por conta do fluxo intenso das cirurgias de emergência", explica Dr. Cristiano Araújo Costa. Com a palavra, o diretor administrativo, Zózimo Medeiros, explicou como se dá o fluxo e os encaminhamentos das cirurgias eletivas e a preocupação da administração da Santa Casa em melhorar os serviços e a assistência para os seus usuários. "Com este propósito, a Santa Casa está realizando uma série de obras, como a ampliação da enfermaria pediátrica, um acelerador linear que será disponibilizado pelo serviço de Oncologia para tratamento de câncer, além de outras melhorias em outros setores no hospital", disse Zózimo Medeiros.

Presidente da Câmara, José Crisóstomo, com os gestores da saúde no plenário 4 de julho

Respondendo pelo gestor municipal, a Drª Mônica Lima explicou que e  o teto financeiro para saúde, disponibilizado para Sobral, é global e que hoje é consumido pelas cirurgias de urgência e emergência, não conseguindo contemplar as cirurgias eletivas (aquelas que o paciente pode esperar por não apresentam risco iminente de morte). "O paciente de emergência acaba ocupando um leito por até 20 dias e não tem rotatividade de leitos, pois o volume de cirurgias de urgência e emergência, principalmente traumas, fraturas por acidentes com motocicletas é muito grande. Hoje são 60 leitos na Santa Casa ocupados com pacientes com esse perfil, graves, pois Sobral é município pólo dessa região e todos casos dessa natureza são drenados para a Santa Casa. Então, o teto de Sobral não é só pra cá, é para atender todos os municípios da região Noroeste do Estado, por isso ficamos sufocados, mesmo querendo atender não temos condição, pelo volume de casos", explica a secretária. 

O advogado Jean Marques da Comissão da Saúde da OAB presente à sessão

Quanto à falta de medicamentos em Sobral, a Drª Mônica Lima pontuou que há um desabastecimento de medicamentos em todo País, que afeta também Sobral, além disso, existem problemas com as empresas que ganham a licitações e não entregam os medicamentos. Ela destacou que, infelizmente, as empresas farmacêuticas que produzem  vendem os medicamentos não estão preocupadas com a saúde, mas sim com o lucro, por isso prefere vender os medicamentos à rede privada do que para rede pública. 
Quanto a favorecimento político para a realização dos exames, "existe um fluxo para que os procedimentos sejam realizados", esclareceu a secretária. Já em relação a problemas no transporte de pacientes em tratamento de câncer para Fortaleza, Drª Mônica Lima informou que desconhece alguém que deixou de ir fazer o tratamento na capital por falta de transporte. "Os vereadores têm o meu telefone e podem me acionar quando isto acontecer para que o caso seja resolvido", disse Drª Mônica Lima. Ela aproveitou a ocasião e anunciou que Sobral irá receber 16 novas ambulâncias. Também informou que haverá uma reunião com ela e o secretário da saúde do Estado, Henrique Javi, e os médicos traumato-ortopedistas de Sobral para que os profissionais apresentem um plano de trabalho tendo em vista a realização de cirurgias eletivas traumato-ortopédicas com o  objetivo de zerar a fila de espera destas cirurgias.

Colaboração: José Donato (fotos)

Fala da Drª Mônica durante audiência