Coluna e joelhos são algumas das partes do corpo mais afetadas, alerta ortopedista da SBOT-CE
Final de ano é tempo de celebrar, e quase sempre as festas são acompanhadas por uma mesa farta, com alimentação calórica e a possibilidade de ganho de peso. E nem todos conseguem resistir aos doces e guloseimas neste período festivo. Porém, a saúde precisa estar em primeiro lugar. De acordo com um estudo liderado pela Fiocruz Brasília, apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade de 2024, o Brasil teve uma prevalência de 57% de sobrepeso ou obesidade entre adultos brasileiros em 2023, com projeção de 75% até 2044, além de 1,2 milhão de mortes atribuíveis e 10,9 milhões de novos casos de doenças crônicas (incluindo artrose como comorbidade associada).
De
acordo com a cirurgiã de coluna Gabriella Brito, membro da Sociedade
Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Regional Ceará (SBOT-CE), a
obesidade afeta a saúde não só de uma maneira sistêmica, mas também a
saúde ortopédica. “O sobrepeso ocasiona excesso de carga sobre as
articulações, que, na maioria das vezes, não estão preparadas para
aquela sobrecarga. Elas acabam sofrendo e se degenerando de maneira mais
rápida, de uma maneira mais precoce, especialmente quando não há um
exercício adequado para lidar com esse sobrepeso”, observa a
ortopedista.
Consequências
O ganho de peso, devido aos banquetes e ceias, traz consequências maiores para determinadas partes do corpo, como a coluna e os joelhos. “A coluna e os membros inferiores são as partes mais afetadas pelo excesso de peso, porque são responsáveis por nos manterem eretos durante a maior parte do nosso tempo. E a coluna também vai sofrer quando a pessoa está sentada, porque mesmo dessa forma ela recebe uma carga na parte mais baixa, na coluna lombar, que acaba se degenerando”, alerta Gabriella Brito. “É bem comum hoje pegarmos pacientes com sobrepeso, fazer alguns exames de imagem e encontrar já um grau de artrose, um grau de desgaste, de doença do disco em pacientes com sobrepeso, porém jovens”, reforça a médica membro da SBOT-CE.
Para Gabriella Brito, a melhor alternativa é a conscientização, principalmente nessa época com tantas ofertas de guloseimas e alimentações calóricas. “Esse final de ano é bem complicado, com várias confraternizações e muita comida gostosa, muita bebida. Manter o controle, manter uma racionalidade na hora de comer e beber é o ideal para se evitar o ganho de peso e diminuir a retenção de líquidos no organismo”, orienta. “Minha sugestão é: quer comer? Pode, mas é importante fazer um exercício físico, manter o fortalecimento da musculatura e, claro, não exagerar”, finaliza.

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