No Dia Nacional de Combate ao Fumo, pesquisas e relatos pessoais mostram como os remédios à base da planta podem ajudar a reduzir dependência
O Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, é um lembrete de que o tabaco continua sendo uma das maiores ameaças à saúde pública – a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula mais de 8 milhões de mortes por ano no mundo, sendo 1,2 milhão delas de não fumantes expostos ao fumo passivo.
No Brasil, dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram um quadro igualmente alarmante: 477 mortes por dia, cerca de 174 mil por ano. Entre as causas, estão doenças pulmonares, câncer, problemas cardíacos, AVC e diabetes tipo 2. Só o fumo passivo tira a vida de aproximadamente 20 mil brasileiros anualmente.
Por trás desses números, há trajetórias pessoais. Para o empresário Júlio Pignatari Jr., a relação com o cigarro começou aos 13 anos e o hábito se manteve até os 45. “Só parei à força por conta do diagnóstico de fibrose pulmonar. Mas a pausa não durou muito e acabei trocando o cigarro tradicional pelo eletrônico, que usei diariamente por cinco anos. O vape é sedutor, a fumaça parece inofensiva e dá pra usar em qualquer lugar. Quando percebi, o vício já era intenso de novo”, conta.
O ponto de virada veio com novos problemas de saúde. Júlio decidiu interromper o uso do vape de nicotina e iniciou tratamento com cannabis medicinal. Há 10 meses, ele usa o Bisaliv, da Thronus Medical. Sua prescrição combina o extrato para controle da ansiedade e as gomas à noite para melhorar o sono e regular o organismo.
“O Bisaliv me ajudou a controlar a ansiedade, a insônia e a irritabilidade depois que larguei o vape e os ansiolíticos. Foi o suporte que me manteve firme contra as recaídas. Sem ele, seria mais difícil lidar com a abstinência e com os dias ruins”, afirma. Longe do cigarro e do álcool, Júlio percebe mais clareza mental, serenidade e disposição. “Parar exige decisão e rede de apoio. Considero o uso do medicamento parte fundamental desta jornada”, conta.
Para a Dra. Mariana Maciel, CEO da Thronus Medical, tratar o tabagismo exige mais do que força de vontade. “O combate ao tabagismo é uma questão de saúde pública. A cannabis medicinal pode ser uma aliada importante para quem quer parar de fumar ou já enfrenta doenças provocadas pelo tabaco. Ela ajuda, com sucesso, a atravessar o período crítico da abstinência, controlando sintomas como ansiedade, insônia e irritabilidade.”
Ela explica que os efeitos têm base científica – o canabidiol (CBD) atua sobre o sistema endocanabinoide, que é uma rede de receptores distribuída pelo cérebro e órgãos periféricos que regula funções como humor, sono, apetite e resposta ao estresse. Ao interagir com os receptores CB1 e CB2, o CBD modula a liberação de neurotransmissores ligados à recompensa e ao vício, reduzindo a compulsão, aliviando sintomas de abstinência e diminuindo o apelo de estímulos relacionados ao cigarro.
Estudos dão suporte aos resultados efetivos na prática: em um ensaio clínico piloto, Morgan et al. (2013), foi registrada a redução de cerca de 40% no consumo de cigarros em fumantes que usaram um inalador de CBD durante uma semana, contra nenhuma mudança significativa no outro grupo. Pesquisas mais recentes, como a de Cheeks et al. (2024), apontam que o CBD reduz sintomas físicos da abstinência.
“Quando unimos medicamentos à base de cannabis a um acompanhamento clínico responsável, damos ao paciente mais do que tratamento, pois oferecemos estrutura para que consiga se libertar do cigarro com mais segurança e chance real de sucesso”, finaliza a Dra. Mariana Maciel.
Fontes:
https://bvsms.saude.gov.br/
https://www.paho.org/pt/
https://www.gov.br/saude/pt-
https://www.sciencedirect.com/
Informações à Imprensa: Gabriel (gabriel.malagrino@onix-press.com)
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