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O Sindicato dos Médicos do Ceará protocolou, na última sexta-feira (25), um ofício direcionado à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), cobrando providências imediatas diante de atrasos salariais recorrentes e da superlotação nas unidades hospitalares distritais Parangaba, Antônio Bezerra e Messejana, conhecidos popularmente como "Frotinhas".
Durante visitas técnicas realizadas recentemente, a entidade identificou um cenário crítico nas três unidades. Nos hospitais da Parangaba e Antônio Bezerra, os atrasos salariais afetam especialmente os médicos clínicos gerais. Em ambas as unidades, a lotação acima da capacidade tem levado pacientes a permanecerem nos corredores, evidenciando a insuficiência da estrutura atual para atender à demanda.
No Frotinha da Messejana, a situação se agrava: médicos relatam atraso de até dois meses nos pagamentos, com recorrência. O modelo de remuneração, que envolve cinco etapas distintas, têm contribuído para a morosidade no repasse dos valores e dificultado a transparência do processo.
Além dos impactos financeiros, os profissionais enfrentam sobrecarga de trabalho, ausência de pausas adequadas para alimentação e descanso, e relatos constantes de episódios de violência física e psicológica, praticados por pacientes ou acompanhantes. Há ainda denúncias de assédio moral no ambiente de trabalho e de estigmatização social sofrida pelos profissionais em decorrência da inadimplência involuntária.
O Sindicato destaca, ainda, que a Cooperativa de Atendimento Pré & Hospitalar (COAPH), responsável pela gestão de parte dos contratos, tem sido recorrente nas denúncias recebidas, o que reforça a necessidade de uma intervenção estruturante por parte da gestão municipal.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Dr. Edmar Fernandes, o contexto representa uma grave ameaça à dignidade profissional dos médicos e compromete diretamente a qualidade do serviço prestado à população. “A continuidade da assistência pública depende da valorização e do respeito a esses profissionais. É preciso garantir condições mínimas de trabalho e segurança para quem atua na linha de frente do atendimento”, afirma.
Diante desse cenário, o Sindicato solicita à SMS esclarecimentos formais sobre os motivos dos atrasos salariais, bem como informações detalhadas sobre os valores devidos, o número de médicos afetados e o cronograma de regularização. A entidade também exige a adoção de medidas imediatas que assegurem o pagamento integral dos honorários e a melhoria das condições de trabalho.
Assessoria de Imprensa Sindicato dos Médicos do Ceará - Capuchino Press
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