quinta-feira, 26 de junho de 2025

Apneia do sono atinge 6 em cada 10 diabéticos tipo 2 e dificulta controle da glicemia

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Distúrbio respiratório noturno afeta o metabolismo e pode agravar complicações da doença; diagnóstico já pode ser feito em casa

Neste Dia Nacional do Diabetes (26/06), especialistas fazem um alerta importante: a qualidade do sono pode ser tão crucial quanto a alimentação e os medicamentos. Estudo da Universidade da Beira Interior, em Portugal, mostra que 6 em cada 10 pessoas com diabetes tipo 2 sofrem de apneia do sono — condição que prejudica o controle da glicose e agrava os riscos da doença.

“É uma combinação perigosa. A apneia fragmenta o sono, aumenta a resistência à insulina e favorece inflamações crônicas, que agravam complicações do diabetes”, explica o Dr. Geraldo Lorenzi Filho, diretor médico da Biologix, healthtech especializada em medicina do sono.

A apneia obstrutiva do sono é uma condição respiratória comum, mas muitas vezes subdiagnosticada. Ela ocorre quando as vias aéreas superiores se fecham parcial ou totalmente por alguns segundos durante o sono, interrompendo a passagem do ar. Entre os principais sintomas estão o ronco alto, o cansaço ao acordar, a sonolência excessiva durante o dia e a dificuldade de concentração.

Segundo o Dr. Lorenzi Filho, noites mal dormidas provocam a liberação de hormônios como o cortisol, que interferem no funcionamento da insulina e dificultam o controle da glicose. Além disso, a apneia está associada a processos inflamatórios sistêmicos, que podem acelerar o surgimento de complicações como doenças cardiovasculares, neuropatias e retinopatias.

O diagnóstico do distúrbio pode ser feito por meio da polissonografia, exame realizado em laboratórios especializados. Mas já existem alternativas mais acessíveis, como o Exame do Sono Biologix, que é feito em casa com um sensor portátil. “Esse tipo de exame já responde por mais de 12 mil diagnósticos por mês no Brasil. Ele monitora sinais durante o sono, como oscilação da respiração e intensidade do ronco — que muitas vezes é o primeiro alerta de quem está ao lado do paciente”, destaca o médico.

Tratar a apneia também ajuda a controlar a glicemia

O tratamento da apneia pode trazer benefícios significativos para pessoas com diabetes tipo 2. Medidas simples, como dormir de lado e perder peso, já podem fazer diferença. Há também o uso de placas mandibulares que reposicionam a mandíbula e, nos casos mais graves, o CPAP — uma máscara que mantém as vias respiratórias abertas por meio da pressão contínua de ar.

Estudos mostram que o controle da apneia impacta diretamente o risco de progressão da doença. Um artigo publicado no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine indicou que o uso do CPAP por pelo menos oito horas por noite reduz o risco de evolução para diabetes em pessoas com pré-diabetes.

Se você tem diabetes e apresenta sintomas como ronco frequente, pausas na respiração durante o sono ou dificuldade em manter a glicemia sob controle, vale conversar com um médico. “Tratar distúrbios do sono é parte fundamental da estratégia para viver bem com diabetes”, reforça o Dr. Lorenzi Filho.

Informações à Imprensa: Helena Maeda (helena.maeda@nr7.ag)


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