sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Languidez e perda de sentido de vida: como vivenciar esse processo?

Foto: Google

Bianca Duccini, professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Braz Cubas, explica sobre o estado emocional entre a depressão e o entusiasmo, que ganhou força durante a pandemia

Você sabe o que é a languidez? Pouco conhecido, mas cada vez mais notado, o termo se trata de um novo estado emocional, cunhado pelo psicólogo e sociólogo norte-americano Corey Keyes, marcado pelo esvaziamento do sentido da vida, pela falta de ânimo, pelo cansaço excessivo diante dos acontecimentos do cotidiano e da vida.  

De acordo com a psicóloga Bianca Duccini, professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Braz Cubas, a pessoa neste estado emocional continua realizando a maior parte das suas tarefas, mas de maneira automática, esvaziada. “É possível pensar que estamos todos nos adaptando a uma nova forma de viver depois de experimentarmos em menor ou maior grau o sofrimento da experiência pandêmica. Tudo que tínhamos como familiar e seguro foi rompido e estamos nos ajustando nesse novo mundo.”  

Bianca considera que os principais sintomas da languidez é a sensação da falta de propósito, desesperança e a vida em estado automático. Apesar de não ser classificada como doença, pode ser um alerta de que a saúde mental não está indo bem e que pode ser positivo buscar ajuda antes de experimentar os sintomas de maneira agravada.  

Um dos grandes problemas em relação a esse estado emocional, segundo a psicóloga, é que muitas vezes a pessoa não percebe estar vivendo um esvaziamento, o que difere de outras doenças e a faz não pensar em procurar ajuda. É possível que o indivíduo não se sinta no próprio corpo, o que faz com que hábitos do dia a dia não sejam realizados, como comer ou beber água.  

Entretanto, a psicóloga aponta que com o novo mundo que estamos aprendendo a viver, com perdas por morte simbólicas, muitas vezes vencer um estado parecido com a languidez vai levar um tempo. “Cada indivíduo tem um período diferente para se ajustar, afinal, não chegamos zerados na pandemia. Cada pessoa tem em sua história formas de enfrentamento a crises, grandes mudanças e luto. É importante abrir espaços como esse para falar sobre o tema e trazer uma sensação de que não está sozinho sentindo tudo isso. Dar nome ao que se sente é um bom começo para reajustar a vida”.  

A languidez raramente é identificada por terceiros. Dessa forma, o autoconhecimento e domínio das próprias emoções são necessários para investigar o problema. Por fim, a docente alerta como dica para a Languidez: “Engajar-se na busca por novos sentidos e buscar apoio em sua rede comunitária pode ser um fator decisivo nesse processo, mas considere buscar ajuda profissional, se possível.”  


Informações para Imprensa - Kaique Mercês (kaique.merces@xcom.net.br) 

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