Sensação de formigamento, dores e perda de sensibilidade e força são alguns dos sintomas do pé diabético, uma das complicações mais comuns da diabetes e que, se não tratada, pode levar à amputação do membro. Como proposta de tratamento para essas alterações, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram um tecido que pode ser moldado em formato de meias que libera um fármaco com potencial terapêutico para o problema.
Denominada “tecido contendo liberador de óxido nítrico”, a tecnologia foi elaborada por uma equipe dos departamentos de Química Orgânica e Inorgânica, de Química Analítica e Físico-Química da UFC e recebeu, em abril deste ano, a carta-patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O invento tem como base as propriedades biológicas do óxido nítrico (NO), uma substância que possui funções anti-inflamatórias, antimicrobianas e antinociceptivas (isto é, que reduzem a sensação de dor). Por conta disso, é um importante agente terapêutico no tratamento de feridas e de úlceras diabéticas. Os pesquisadores da UFC chegaram a uma versão mais barata e eficaz do tratamento, utilizando no tecido desenvolvido um composto químico chamado de nitroprussiato, que é um potente liberador de óxido nítrico, podendo atuar por até 12 dias na pele.
Além de ter sua carta-patente concedida, o invento foi aprovado no Edital Centelha, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores. Com o financiamento do programa, o tecido passará por novos testes. Segundo Pedro Martins da Silva Filho, um dos autores do invento, a expectativa é de que o tecido liberador de óxido nítrico possa ser, no futuro, um aliado no tratamento de outras doenças, inclusive o câncer.
O assunto é tema de matéria da Agência UFC, veículo de divulgação científica da Universidade. O material traz mais informações sobre a pesquisa e os possíveis usos do tecido de fibra de carbono.
Fonte: Pedro Martins da Silva Filho, egresso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Química (PGQUIM) - e-mail: pedrolesiem@gmail.com
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