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No Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), que trata casos de hérnia inguinal, cirurgias relacionadas a esta doença mais do que dobraram no ano passado
Hérnia inguinal causou quase 52 mil (51.856) afastamentos de trabalho, em 2023, de acordo com o Ministério da Previdência Social (MPS). No Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) de São Paulo, houve aumento de 115,3% de cirurgias relacionadas a esta doença. Em 2022, foram realizados 130 procedimentos e, em 2023, 280. Adultos e idosos são os que mais sofrem com a enfermidade.
A hérnia inguinal acontece quando a parede muscular frágil da região inguinal é perfurada. A razão mais comum desse enfraquecimento é o aumento de pressão na área devido à obesidade, à força excessiva na hora de defecar ou urinar, à tosse crônica – comum entre fumantes - e principalmente às atividades recorrentes de alto impacto, como carregar muito peso e correr por longas distâncias. Também pode ser relacionada a condições genéticas em que a pessoa nasce com a massa muscular abdominal enfraquecida.
O problema geralmente é identificado pela própria pessoa, pois surge um volume arredondado - os médicos chamam de “abaulamento” - na região da virilha. Já o diagnóstico médico é feito a partir de exames físicos e de imagem (ultrassonografia e tomografia).
A hérnia inguinal também causa dor e queimação na área da virilha e desconforto no períneo ou no escroto. Porém, já na fase de manifestação dos sintomas, existem mais riscos de que a região seja preenchida por órgãos internos próximos, como: intestino e bexiga ou pela gordura do abdômen. O problema desse “escorregamento” é de o tecido estrangular, pois a região é pequena e apertada, dificultando a chegada de sangue e levando à necrose.
Tudo pode piorar se a pessoa com hérnia inguinal continuar a realizar atividades de alto impacto, pois o problema é progressivo e a região volumosa pode aumentar e mais tecido pode continuar invadindo o espaço arredondado na virilha.
A diretora do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), Margareth Fernandes, explica que a hérnia inguinal pode ser tratada de dois modos. “É possível devolver o tecido que entrou naquele espaço por manobra mecânica realizada em ambulatório e, caso o reposicionamento não funcione, o procedimento cirúrgico é a conduta adequada”, acrescenta.
A indicação de cirurgia é definida a partir da análise clínica especializada. Para isso, são considerados o estado geral de saúde, o controle de doenças crônicas e a idade do paciente. A médica cirurgiã do HSPE reforça que antes do procedimento as causas da hérnia inguinal devem ser controladas. “Se não resolver o que levou ao surgimento do problema, ele pode ocorrer novamente, por isso, são primordiais a avaliação e o acompanhamento médico”, reforça a especialista.
Na cirurgia para correção de hérnia inguinal, são reconstruídas as fissuras da parede do músculo do abdômen com sutura e instalação de telas. O procedimento pode ser feito por incisão ou laparoscopia. A recuperação pós-operatório é relativamente tranquila. É indicado evitar atividades de alto impacto por 60 dias e as de baixo impacto por um mês.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), por meio do Sistema de Informações Hospitalares e Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2024, foram realizadas 46.934 internações relacionadas à hernia inguinal entre janeiro e março. O MS indica também que entre janeiro de 2019 e março de 2024, foram 724.250 internações realizadas na saúde pública do País.
*O dado da MPS se refere à quantidade de conceções do benefício de auxílio temporário do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) para casos de interrupção das atividades laborais por mais de 15 dias, de assegurados do RGPS.
Informações à Imprensa: Daniel Almeida - danielalmeida@a4eholofote.com.
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