terça-feira, 26 de março de 2024

Mulheres pretas e pardas são as que menos fazem exame preventivo de câncer de colo de útero no SUS, aponta análise



ONG ImpulsoGov observou dados do SISCAN referentes ao período entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2024

Brasil, março de 2024 – Nos últimos cinco anos, mulheres pretas e pardas tiveram menos acesso a exames preventivos de câncer de colo de útero pelo SUS (Sistema Único de Saúde), segundo análise da ImpulsoGov, ONG que ajuda governos a aprimorarem serviços de saúde pública. A informação é divulgada durante o Março Lilás, mês de conscientização sobre a prevenção contra a doença.

A ONG examinou dados públicos do SISCAN (Sistema de Informação do Câncer) referentes ao período entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2024. Os resultados mostraram que as pessoas pretas e pardas representaram 23,2% do total com acesso ao exame, enquanto as pessoas brancas foram 43,1%.

A análise considerou a proporção desses grupos raciais na população em geral. De acordo com o Censo 2022 do IBGE (instituto brasileiro de geografia e estatística), 10,2% dos brasileiros são pretos, 45,3% são pardos e 43,5% são brancos.

A ImpulsoGov ainda observou que as pessoas indígenas, que correspondem a 0,6% da população brasileira, são 0,6% das pessoas examinadas no período. Já a população amarela, que representa 0,4% do país, correspondeu a 33% das pessoas que tiveram acesso ao exame.

Segundo João Abreu, cofundador e diretor-executivo da ONG, um dos grandes desafios para os profissionais de saúde pública no combate ao câncer de colo de útero, altamente evitável, é saber quem são as pessoas que estão com o exame preventivo atrasado.

“Os dados estão disponíveis, mas são de difícil acesso no dia a dia de trabalho. Por isso, em uma das frentes de atuação da ImpulsoGov, entregamos essas informações gratuitamente, de forma descomplicada, para que os profissionais do SUS possam buscar essas pessoas e focar no que mais importa: o cuidado”, ele afirma.

O levantamento ainda mostra que a média nacional foi de 16.079,7 exames a cada 100 mil habitantes. No entanto, a distribuição geográfica é desigual: 

Estados com melhor cobertura do exame no SUS

  • Alagoas - 25.163,648 exames/100 mil habitantes
  • Santa Catarina - 25.442,814 exames/100 mil habitantes
  • Espírito Santo - 25.541,694 exames/100 mil habitantes

Estados com pior cobertura do exame no SUS

  • Amapá - 8.694,272 exames/100 mil habitantes
  • Rio de Janeiro - 7.183,751 exames/100 mil habitantes
  • São Paulo - 8.454,263 exames/100 mil habitantes

Informações à Imprensa: 

Jader Fernandes - jader.fernandes@basecomunica.com

Anelise Gonçalves - anelise@basecomunica.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário