quarta-feira, 5 de abril de 2023

Mortes por engasgo em crianças de até nove anos aumentaram cerca de 40% nos últimos três anos


Levantamento mostra que bebês de até um ano são as maiores vítimas; saiba como agir no caso de engasgo de bebês e crianças maiores


Escolas e estabelecimentos de recreação infantil têm de garantir a presença de profissionais capacitados em primeiros socorros

Entre os diversos riscos de acidentes a que as crianças estão expostas, o que requer uma atuação mais imediata no atendimento é o engasgo. Foi por este motivo que, em 2018, foi criada a Lei Lucas (Lei 13.722), que obriga escolas públicas e privadas, assim como estabelecimentos de recreação infantil, a terem profissionais treinados em primeiros socorros.

De acordo com um levantamento feito pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), no Rio de Janeiro, as mortes por engasgo em crianças de até nove anos cresceram cerca de 40% de 2020 a 2022 no Brasil. No ano passado, foram 242 mortes por inalação e ingestão de alimentos ou outros objetos causando obstrução do trato respiratório — crescimento de 7,5% em relação ao registrado em 2021 (225 mortes) e de 39,8% em relação ao registrado em 2020 (173).

Do total de cada período, os alimentos são os maiores vilões, tendo sido a causa das mortes em 223 casos dos 242 registrados no ano passado, 191, em 2021 e 154, em 2020. Os bebês até um ano de idade são as maiores vítimas, com 185 ocorrências em 2022. Na população de um a quatro anos foram 27 acidentes fatais, e de cinco a nove anos, 11 mortes. Os dados constam do Painel de Monitoramento da Mortalidade CID-10 — DATASUS, do Ministério da Saúde.

Segundo o coordenador da Liga de Emergências e Primeiros Socorros da Universidade Veiga de Almeida (UVA), professor Vladimir Fernandes, o engasgo requer uma atuação extremamente rápida em primeiros socorros, a fim de executar as manobras para a desobstrução das vias respiratórias. “Estamos falando de minutos em que a criança fica sem respirar, o que pode ser fatal. Em todos os outros casos de acidentes, como quedas e queimaduras, é possível esperar a chegada da ambulância, mesmo que o primeiro atendimento não seja realizado”, explicou o professor.

A Liga foi criada em 2017 com o objetivo de realizar atividades de ensino, pesquisa e extensão. Desde então, promove treinamentos para diversos cursos, incluindo uma disciplina eletiva para os alunos de Pedagogia, o curso de Suporte Básico de Vida. Com o advento da Lei Lucas, os estabelecimentos de ensino privados e públicos e espaços de recreação infantil devem ter profissionais treinados em noções básicas de primeiros socorros. O curso deve ser oferecido a cada dois anos por entidades municipais ou estaduais especializadas em práticas de auxílio imediato e emergencial ou profissionais habilitados. Há penalidades para quem não cumprir a lei.

De acordo com o coordenador do curso de Enfermagem da UVA no campus Tijuca, professor Elson Santos Oliveira, todos os alunos da Pedagogia já se formam com esta capacitação. “Para os alunos de Enfermagem também é mais uma oportunidade profissional, porque podem oferecer seus serviços nas escolas particulares, quando é terceirizado. O primeiro atendimento no trauma é o que vai fazer a diferença no prognóstico”, comentou.

Fonte: https://cangurunews.com.br/

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