A apreensão e a angústia tomam conta da população de Sobral e da Zona Norte que dependem da assistência da saúde pública. Acontece que a Prefeitura de Sobral e a Santa Casa de Misericórdia não chegam a um consenso quanto aos repasses financeiros realizados pela prefeitura e às reais necessidades do hospital para um atendimento aos seus pacientes, no mínimo razoável, bem como à sustentabilidade do nosocômio.
As duas entidades se pronunciaram na terça-feira (28/06) diante da possível paralisação do hospital prevista para o dia 06 de julho. Representadas pelos seus gestores: Klebson Carvalho (Santa Casa) e Ivo Gomes (Prefeitura de Sobral), após manifestações, o problema caiu polemizado nas redes sociais, que nos últimos tempos, de forma geral, virou campo de discussões passionais e uma ou outra opinião sensata.
É bem verdade que as crises financeiras vivenciadas pelo hospital é algo visceral. Por outro lado, sempre foram resolvidas e sanadas de forma conciliatória entre as partes envolvidas, nos gabinetes ou em sala de reuniões, sem muita estapafúrdia. Entretanto, esta, apresenta um aspecto preocupante, haja vista o contexto em que estão situadas as falas de cada gestor e as suas argumentações, compartilhadas veloz, voraz e apaixonadamente na mídia.
Do lado do prefeito Ivo Gomes a alegação é de que a suspensão dos serviços hospitalares é por motivação "eleitoral", revelando que um montante de mais de R$ 51 milhões já foram repassados ao hospital de janeiro a junho de 2022 e alerta: "É muito Dinheiro! Precisa ser aplicado com mais transparência, honestidade e competência" e destaca no seu discurso, em rede social, que a paralisação dos serviços da Santa Casa "JAMAIS VAI OCORRER!!"
Da parte do administrador geral da Santa Casa, o comunicado expõe o subfinanciamento do SUS, além de "descontos extremamente injustos" realizados por parte da Prefeitura, diante de metas impostas na contratualização dos serviços. "O município exige cumprimento de metas superiores à série histórica de produção em média complexidade", revelando, também, que há um prejuízo mensal de "R$ 2.500,00 (dois milhões e quinhentos mil)" imposto pelo "Poder Público" e reitera que está "buscando diálogos e alternativas para continuar prestando assistência em saúde à população da região Norte".
Ao final dos dois posicionamentos, apesar do conflito discursivo, percebe-se de forma animadora de que as partes comungam da mesma finalidade, que é a prestação da assistência hospitalar de média e alta complexidade àqueles que só têm a saúde pública como o último recurso entre viver ou morrer.
Comunicado da Santa Casa: https://www.stacasa.com.br/comunicado-8/
Nota de Esclarecimento da Prefeitura de Sobral: https://www.instagram.com/p/CfXpZErjKff/
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