O acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda doença neurológica de maior incidência e a segunda maior causa de mortalidade e de incapacidade no mundo, sendo o AVC isquêmico (AVCi) responsável por 80% dos casos; e o hemorrágico, por 20% . No Brasil, consiste na segunda causa de morte em adultos, com taxa de mortalidade de 10% nos primeiros 30 dias após AVCi, podendo chegar a 40% ao final do primeiro ano.
Além da elevada taxa de mortalidade, a maioria das pessoas que sobrevive à fase aguda do AVCi apresenta incapacidade neurológica que necessita de reabilitação, e aproximadamente 40% tem aposentadoria precoce. Essas condições geram altos custos individuais e sociais.
Tal panorama epidemiológico evidencia a necessidade de ações de prevenção e controle dos fatores de risco para a doença cerebrovascular e de intervenções que otimizem o acesso rápido ao tratamento efetivo para que as pessoas possam usufruir dos benefícios das terapias de reperfusão, isto é, desobstrução dos vasos.
Ressalta-se que os benefícios das terapias no AVCi são tempo-dependentes e podem ser aproveitados com a chegada rápida do paciente a um serviço de saúde adequado. Estudos têm mostrado que o impacto da morbimortalidade relacionada ao AVC pode ser minimizado com a infusão precoce de trombolíticos até 4,5 horas do início dos sintomas. Contudo, destacam-se também benefícios com o manejo terapêutico adequado instituído precocemente, o que inclui investigação etiológica, reabilitação e estabilidade clínica precoces, prescrição de fármacos adequados de acordo com a etiologia do AVCi e internamento em unidades de acidente vascular cerebral.
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