terça-feira, 31 de agosto de 2021

INCA aponta redução de mais de 60% no número de tabagistas em tratamento no SUS durante a pandemia (2020)

Sudeste foi região que apresentou maior impacto

Em celebração ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) apresentou, no dia 25, o relatório Tratamento do Tabagismo no SUS durante a Pandemia de Covid-19. O trabalho chama a atenção para os impactos no número de tabagistas em tratamento no SUS durante a pandemia, em 2020. 

A partir dos dados coletados pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), coordenado pelo INCA, durante o ano de 2020, em relação a 2019, a redução foi de 66% em nível nacional. O impacto variou nas regiões do País, de 59%, na região Norte, a 68%, na região Sudeste do Brasil.  Nordeste, com 66% de redução, Centro-Oeste (63%) e Sul (62%) completam o relatório.

“O período analisado foi caracterizado pelo incremento importante da pandemia, com as unidades de saúde atendendo quase que exclusivamente casos de covid-19, além de ter sido um momento em que a população evitava a ida e a permanência em instituições de saúde. O relatório mostrou que essa junção de fatores fez reduzir o tratamento de tabagismo”, explica Vera Borges, psicóloga da Divisão de Controle do Tabagismo do INCA. 

O relatório revela ainda que, apesar da pandemia, cerca de 68 mil tabagistas procuraram atendimento no início do ano passado. "O tabagismo é uma doença crônica e também é fator de risco para outras enfermidades importantes e que são as principais causas de mortalidade da população, como as cardiovasculares, as respiratórias e o câncer. Por isso, o INCA, mesmo em meio à pandemia, capacitou mais de 5 mil profissionais de saúde, preparou uma série de materiais para informar a população e auxiliar as equipes e incentivou o teleatendimento para dar suporte aos tabagistas. “A cessação sempre vale a pena, em qualquer momento da vida, em especial, durante a pandemia de uma doença respiratória grave, para a qual o tabagismo é um fator que pode aumentar o risco de complicações e morte”, destaca Liz Almeida, coordenadora de Prevenção e Vigilância do INCA. E completa: “Estamos nos preparando para retomar e até ampliar o atendimento aos tabagistas no SUS nos patamares anteriores à pandemia”.

No Brasil, o tabagismo mata 162 mil pessoas ao ano e drena R$ 125 bilhões dos cofres públicos anualmente para cobrir despesas com doenças causadas pelo cigarro. Esse custo equivale a 23% do que o Brasil gastou, em 2020, com o enfrentamento à covid-19. O alto custo do tabagismo não inclui os gastos do SUS para tratar a dependência de nicotina, considerada uma das medidas médicas mais efetivas quando comparada com o tratamento das doenças causadas pelo uso de produtos do tabaco. “A Reforma Tributária, em debate no Congresso Nacional, representa uma oportunidade para acrescer o efeito do aumento de preços e impostos sobre tabaco como indutor da cessação de fumar e na prevenção da iniciação no tabagismo entre crianças e adolescentes. Também representa uma oportunidade para vincular recursos para garantir a implementação plena da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco no Brasil, incluindo a ampliação da cobertura do tratamento para cessação de fumar para as populações de menor renda e escolaridade, que concentram as maiores prevalências de fumantes”, reforça Tânia Cavalcante, secretária executiva da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. 

O consumo do tabaco e a exposição à sua fumaça são fatores de risco para doenças crônicas e desigualdade em saúde, o que leva a 8 milhões de mortes no mundo anualmente. “O INCA tem o compromisso de implementar as ações e estratégias para o controle do tabagismo no País, como forma de incentivar uma vida saudável para a população”, enfatiza a diretora-geral do INCA, Ana Cristina Pinho.

Assessoria de Imprensa - Instituto Nacional de Câncer (INCA)

Pedro Guimarães

relacionamento@inca.gov.br

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