sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Estudo nacional busca identificar cobertura vacinal em crianças; Fortaleza e Sobral participam

Imagem: criança recebe vacina contra a polio
A pesquisa analisa a cobertura vacinal em crianças nascidas vivas em 2017 e 2018
aos 12, 18 e 24 meses de vida (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A pandemia de covid-19 reforçou ao mundo a importância da vacinação para a prevenção de doenças. Quando uma pessoa toma uma vacina, ela protege não só a própria saúde como também a de quem convive com ela e toda a sociedade. Para saber como está a vacinação infantil no Brasil, o Ministério da Saúde realiza o Inquérito de Cobertura Vacinal (ICV). Em âmbito estadual, a investigação é coordenada pela Universidade Federal do Ceará com apoio das Secretarias de Saúde dos municípios de Fortaleza e de Sobral, além da Secretaria da Saúde do Estado (SESA).

O estudo, iniciado no ano passado, busca identificar não só a proporção mas também os fatores que influenciam a cobertura vacinal em crianças nascidas vivas em 2017 e 2018 aos 12, 18 e 24 meses de vida. O público-alvo constitui-se de meninos e meninas residentes em áreas urbanas de 19 capitais e no Distrito Federal, além de cidades do Interior, recentemente incluídas na pesquisa.

De acordo com os coordenadores do inquérito no Ceará, Alberto Novaes Ramos Jr. e Jaqueline Caracas Barbosa, docentes do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da UFC, o estudo está em desenvolvimento em Fortaleza, faltando cerca de 35% para a meta estabelecida de alcançar 1.808 crianças. Já para a etapa de Sobral, cujo trabalho de campo será iniciado ainda neste semestre, os pesquisadores planejam realizar entrevistas junto a responsáveis e verificar os cartões de vacinação de 452 crianças.

A pesquisa analisa a caderneta de vacinação desde o nascimento até a data da entrevista. Entrevistadores devidamente identificados vão às residências de crianças sorteadas, coletam informações econômicas, clínicas epidemiológicas e de acesso a serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e fazem o registro fotográfico do cartão de vacinação da criança.

Os docentes reforçam a necessidade do engajamento da população na pesquisa. Eles relatam dificuldade de acesso das equipes do trabalho de campo a casas e condomínios em algumas áreas de Fortaleza. "A investigação é realizada por pesquisadores selecionados e treinados, sob supervisão e monitoramento de equipes locais e nacional", afirmam, ressaltando que os pesquisadores que vão aos domicílios seguem os protocolos sanitários estabelecidos pelas autoridades e são identificados com documentos oficiais do projeto.

IMPORTÂNCIA ‒ Apesar de ainda não terem resultados preliminares do Inquérito de Cobertura Vacinal, dados anteriores do Ministério da Saúde indicam uma redução significativa das coberturas para várias vacinas na população infantil. Daí a importância do estudo, que vai avaliar não só quantas crianças estão sendo vacinadas, mas também revelar os principais motivos da redução da cobertura vacinal.

"Vacinar é um ato muito importante, pois justamente possibilita que as doenças imunopreveníveis não circulem em nosso meio. Mais recentemente tem nos preocupado a situação do sarampo pelos surtos vivenciados particularmente a partir de 2018, mas também da difteria e do próprio tétano", destacam os professores Alberto Novaes e Jaqueline Barbosa.

Todas as vacinas que constam no calendário de vacinação preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde são gratuitas e devem estar disponíveis nas unidades de atenção primária à saúde. Mais informações pelo Disque Saúde por meio do número 136.

O Inquérito Nacional de Cobertura Vacinal é financiado pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além do Ceará, a investigação ocorre nas capitais e em algumas cidades do interior dos Estados do Acre, Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins, além do Distrito Federal, bem como em algumas cidades do Interior.

Leia também: UFC integra pesquisa sobre cobertura nacional de vacinação em crianças nascidas em 2017

Fontes: Prof. Alberto Novaes Jr., coordenador do ICV no Ceará; Profª Jaqueline Caracas Barbosa, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da UFC – e-mail: icv.ceara2020@gmail.com

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