Com capacidade para processar 10 mil testes moleculares por dia, a iniciativa faz parte da estratégia de ampliação da testagem nacional
Desde a confirmação dos primeiros casos da Covid-19, a Fiocruz, instituição vinculada ao Ministério da Saúde, vem trabalhando para dar respostas em diversas áreas. Após desenvolver os testes moleculares para detecção da doença e aumentar sua escala de produção progressivamente, a Fundação inicia a operação de mais uma Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19. A iniciativa se insere na estratégia de apoio aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) e ampliação da capacidade nacional de processamento de amostras, ação fundamental para a vigilância epidemiológica do vírus e o enfrentamento da pandemia.
Com potencial para processar diariamente até 10 mil testes moleculares, a nova unidade está localizada no Campus da Fiocruz Ceará, no Distrito de Inovação do Eusébio. Equipada com plataformas automatizadas doadas pela iniciativa Todos Pela Saúde - liderada pelo Itaú Unibanco -, a Unidade utiliza a metodologia de PCR em tempo real. Outra Unidade de Apoio, localizada na sede da Fundação no Rio de Janeiro, iniciou suas atividades no último dia 10, podendo liberar até 15 mil resultados de testes moleculares por dia.
“A Fiocruz vem buscando ser parte da resposta à crise humanitária que estamos vivendo desde o início da pandemia. A nossa tradição de 120 anos e a presença em todas as regiões do país nos permitem contribuir com o Ministério da Saúde na estratégia nacional de testagem. Além da mobilização das nossas unidades regionais no apoio aos Lacens locais, unimos esforços para implantar as Unidades de Apoio, que permanecerão como legado para o sistema de vigilância nacional e para o Sistema Único de Saúde [SUS] mesmo após o fim da emergência”, destaca a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
Construída em pouco mais de dois meses, as novas instalações do Ceará ocupam uma área de aproximadamente 2,3 mil m2. A obra foi financiada pela Elopar (controlada por Bradesco e Banco do Brasil e acionista majoritária de Alelo, Livelo, Veloe e Digio, além da Bandeira Elo) e pelo UnitedHealth Group Brasil (UHG Brasil). O Ministério da Saúde custeará a operação. Em seu pleno funcionamento, cerca de 200 profissionais, entre biologistas e técnicos de laboratório capacitados, se revezarão em três turnos de trabalho para processar as amostras que são encaminhadas pelo Ministério da Saúde.
“A Unidade de Apoio consolida a atuação da Fiocruz no Ceará, que desde o início da pandemia colabora com o Governo do Estado para ampliar a capacidade de diagnóstico da Covid -19. A testagem em massa é muito importante para o controle do coronavírus e nossos profissionais estão prontos para contribuir com essa importante iniciativa”, ressalta o coordenador da Fiocruz Ceará, Carlile Lavor.
Projeto de expansão
A Fiocruz começou, em abril, a unir sua expertise adquirida à infraestrutura tecnológica disponível na implantação de Unidades de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19. Além do Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo foram os estados contemplados inicialmente com as plataformas capazes de processar em larga escala as amostras suspeitas da doença. Os equipamentos foram instalados por Bio-Manguinhos no campus da Fiocruz, no Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e no grupo Dasa, por meio de um acordo feito com o Ministério da Saúde. Com exceção dessas últimas, a operacionalização dos equipamentos é gerenciada pela Fiocruz, que atua desde a instalação e treinamento de pessoal, até o fornecimento dos insumos necessários e assistência técnica.
Se até então a mobilização para ampliar a capacidade de testagem era realizada com recursos do Ministério da Saúde – que já destinou cerca de R$ 930 milhões nas diversas ações da Fiocruz nesta área – e a partir de equipamentos disponíveis em Bio-Manguinhos, o projeto das Unidades do Rio de Janeiro e do Ceará inaugurou também uma nova fase, marcada pelo apoio da iniciativa privada. Para viabilizar esse segundo momento, além do importante financiamento do MS que será aplicado na operacionalização das duas unidades, incluindo, entre outros aspectos, a contratação de recursos humanos e a aquisição dos insumos necessários, a Fiocruz contou com a doação de cerca de R$ 200 milhões.
A iniciativa Todos pela Saúde destinou mais de R$ 180 milhões para o projeto. O valor foi empregado na compra dos novos equipamentos das duas centrais e na estrutura física da unidade carioca. “A limitação na testagem para detecção da Covid-19 ainda é um desafio no Brasil. Para conter a pandemia, é fundamental que se tenha o controle das pessoas infectadas. Por essa razão, o conselho de especialistas do Todos pela Saúde avaliou e tomou a decisão de fazer esta parceria com a Fiocruz”, ressaltou a vice-presidente do Itaú, Claudia Politanski. Já o financiamento da obra do Ceará, assim como a aquisição de outros aparelhos, teve a contribuição do Bradesco e do Banco do Brasil, por intermédio da EloPar, e do UnitedHealth Group Brasil (UHG Brasil), que doaram, respectivamente, R$ 20 milhões e R$ 5,3 milhões para a causa.
Com a contribuição dessas novas centrais, a quantidade de testes de RT-PCR processados, por mês, pode chegar a um milhão no pleno funcionamento das Unidades de Apoio. “A capacidade dessas unidades foi planejada tendo em vista a implantação de uma estratégia mais massiva de testagem que está em andamento pelo Ministério da Saúde. Nesse momento, trabalhamos para apoiar a grande demanda dos Lacens”, pontua o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação, Marco Krieger.
Marco Krieger destaca, ainda, o papel fundamental que essas estruturas continuarão tendo para a Fiocruz e para o Sistema Único de Saúde com o fim da pandemia. “É importante ressaltar o legado que esse parque tecnológico representará para o SUS. Além do seu papel prioritário no fortalecimento do sistema de vigilância e no monitoramento de possíveis novas ondas de contaminação da Covid-19, essas Unidades de Apoio continuarão auxiliando os laboratórios de referência da Fiocruz e ainda em outras iniciativas”, complementa ele.
Além dos testes de diagnóstico por RT-PCR, as novas unidades do Rio de Janeiro e Ceará também foram contempladas, na doação recebida do Todos pela Saúde, com modernas plataformas para execução de testes sorológicos em escala. Baseados na detecção da resposta imunológica após infecção, esses testes são complementares para o enfrentamento da pandemia e já estão sendo realizados para apoiar inquéritos epidemiológicos, avaliações em populações vulneráveis, entre outros. A ação agrega a capacidade nominal de 12 mil testes por dia em cada uma das novas centrais, ofertando apoio adicional ao sistema público de vigilância em saúde.
Sobre o Todos pela Saúde
Lançado em 13 de abril deste ano, o Todos pela Saúde teve um aporte inicial de R$ 1 bilhão, realizado pelo Itaú Unibanco. Com recursos administrados por um grupo de especialistas da área da saúde e ações estratégicas baseadas em premissas técnicas e científicas, a iniciativa se guia por quatro pilares de atuação: informar, proteger, cuidar e retomar. Além do R$ 1 bilhão doado pelo banco, o Todos pela Saúde já recebeu cerca de R$ 240 milhões de pessoas e empresas. As orientações sobre o movimento e como contribuir estão em www.todospelasaude.org.
O Todos pela Saúde é liderado por Paulo Chapchap, diretor-geral do Hospital Sírio Libanês, e conta também com a participação de Drauzio Varella, médico, cientista e escritor; Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente da Anvisa; Maurício Ceschin, ex-diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde; Eugênio Vilaça Mendes, consultor do Conselho dos Secretários de Saúde; Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein; e Pedro Barbosa, presidente do Instituto de Biologia Molecular do Paraná.
Sobre a Elopar
A Elo Participações Ltda (Elopar) é uma holding de investimentos, afiliada do Banco Bradesco e do Banco do Brasil, com ampla diversidade de negócios em meios de pagamento, arranjo de pagamento - bandeira de cartão, concessão de crédito ao consumidor, programas de fidelidade e de coalisão e produtos de benefícios de Recursos Humanos, como alimentação e refeição. A Elopar e suas empresas Alelo (e sua unidade de negócio Veloe), Livelo, bandeira Elo e Digio dedicam-se a ações sociais e de sustentabilidade, para reverter seus resultados em benefício à sociedade. O compromisso do Bradesco, Banco do Brasil e da Elopar é cuidar das pessoas, da saúde e bem estar da sociedade brasileira e apoio a instituições com objetivo comum.
Sobre o UnitedHealth Group Brasil (UHG Brasil):
O UnitedHealth Group Brasil é uma empresa de saúde e assistência médica diversificada, que reúne 33 hospitais no país, sendo composto pela operadora de planos de saúde Amil - com 3,5 milhões de beneficiários de planos médicos e 2,2 milhões de odontológicos -, e pelo grupo médico-hospitalar Americas Serviços Médicos - que reúne hospitais e centros médicos de referência em diversos estados. Os R$ 7,5 milhões (dos quais, 5,3 milhões foram destinados à Unidade de Apoio do Ceará) direcionados ao fundo emergencial da Fiocruz fazem parte de uma doação de R$ 38 milhões do UnitedHealth Group Brasil para apoio ao combate à pandemia de Covid-19 no país.
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