Fim do Combate
E lutou até suas forças se esvaírem,
Dias e noite em uma luta inglória,
Até todos os traços de vida sumirem,
Até findar aqui, na terra, sua trajetória.
Foi uma brava luta, renhida, corajosa,
Sem descanso, um verdadeiro guerreiro,
Lutando contra um vírus letal e sorrateiro,
Numa batalha injusta, cruel, penuriosa...
Lutou... não entregou-se de qualquer maneira,
Agarrou-se a qualquer sopro de vida possível,
Não recuou um só momento da sua trincheira,
Mas o inimigo era ardiloso, trapaceiro, invisível...
Esgotado, extenuado, descansou do combate...
Largou o seu escudo, sua espada e sua lança.
E fez, em vida, muito mais que a sua parte,
E deixou, aos filhos, seu exemplo como herança.
Podia não ter o ouro nem a prata dos tolos ricos
Podia não ter o conhecimento dos sábios petulantes,
Mas tinha a simplicidade dos bons...como Francisco,
Uma alegria gentil...valiosa muito mais que diamantes.
No sorriso transbordava a felicidade de um menino,
A sua essência resumia-se à presteza e à simpatia.
E quando, acelerado, batia o seu coração vascaíno
Era a glória da Cruz de Malta que ele no peito trazia.
Suas pedaladas, suas partidas e suas chegadas,
Sua maneira espontânea de viver e ser feliz
Construiu todo o roteiro da sua jornada,
De quem mais ensinou do que foi aprendiz.
Por isso, não tem fim a sua bela história vivida,
Como não é o fim da noite a cada nova manhã.
Este momento é de saudade, é de lamentar a partida,
Até nos reencontramos para um abraço após-vida,
Saudoso e inesquecível IVAN...
Vá em paz meu amigo, que Deus lhe receba para o conforto da vida eterna.
(Do amigo em saudade, Vanderley Moreira)
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