Ministério da Saúde atribui alta ao surto de zika e aos fatores negativos da crise econômica. Em Sobral, não houve casos da doença, mas a recessão econômica preocupa
A mortalidade infantil, que vinha apresentando índices de redução constantes desde a década de 1990, voltou a crescer. As principais causas apontadas foram o surto de zika vírus e a crise econômica. Nacionalmente, segundo dados do Ministério da Saúde, foi registrado um aumento de 4,8% no índice em 2016 na comparação com 2015; foram 14 mortes a cada mil nascidos em 2016 contra 13,3 mortes (a cada mil) registradas em 2015. No Ceará, o índice de mortalidade infantil no Ceará foi de 14,3 óbitos a cada 100 mil habitantes em 2016 enquanto no ano anterior foram 13 óbitos por grupo de 100 mil habitantes. Em Sobral, a taxa fechou em 7,8% em 2017, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, o que mostra a continuidade de uma tendência de queda.
A alta pode ser explicada pelo surto de vírus zika, que afetou principalmente as crianças, conforme a Secretaria da Saúde do Ceará. O vírus, se contraído por uma gestante, pode ocasionar microcefalia no bebê, o que pode levar à morte da criança. Em 2016, o Ceará teve 96 casos de microcefalia.
Em Sobral, a mortalidade continua em queda, mas já há um risco maior para as famílias e para as crianças: a crise econômica. E a população já tem sentido esses efeitos, segundo a ajudante de produção Marcilane dos Santos Silva, 30, mãe de duas crianças de três e oito anos. “A crise diminui o volume de dinheiro para comprar alimentos, para a limpeza, para gastar com saúde. O desemprego aumenta e tudo fica mais caro, principalmente os produtos para as crianças”, lamenta. Ela disse que se a situação de crise continuar no Brasil, as crianças podem voltar a morrer de fome ou em virtude das doenças. “Quem é prejudicado é o povo”, diz.
Redução da mortalidade
Para incentivar a redução da mortalidade infantil em Sobral, a prefeitura criou desde 2001 a Estratégia Trevo de Quatro Folhas. O objetivo é criar políticas que contemplem as gestantes, puérperas e crianças de até 2 anos, reduzindo a mortalidade materna e infantil. Gerente do Trevo, o enfermeiro Carlos Romualdo ressaltou que a elevação dos índices de mortalidade não se observaram em Sobral porque não houve casos confirmados de zika. Além disso, a crise econômica não mostrou seus efeitos devastadores como em outras partes do País. “Não tivemos surto de zika e nossa estratégia de atenção à saúde materna e infantil tem conseguido manter a trajetória de redução da mortalidade”, garante Carlos Romualdo.
O gerente explicou que o Trevo conta com 4 enfermeiros, 2 assistentes sociais, 1 psicólogo, 2 médicas para acompanhar 246 pessoas entre gestantes, puérperas e crianças de até 2 anos. A estratégia possibilitou que a taxa de mortalidade caísse de 54,67 mortes a cada mil nascidos em 1996 para 7,8 em 2017. Dentro do Trevo de Quatro Folhas, existe o projeto Flor do Mandacaru que conta com apoio psicológico e médico para adolescentes de 10 a 19 anos desenvolvendo estratégias de saúde sexual e reprodutiva com o objetivo de evitar gravidez indesejada e DST/Aids.
O projeto Coala, que existe desde 2013, acompanha bebês prematuros até que consigam ganhar peso. “Todos os prematuros nascidos de partos antes dos sete meses e abaixo de 2 kg são acompanhados independente das condições socioeconômicas da família”, ressalta. Foram atendidos 83 bebês este ano até junho.
Além disso, segundo Romualdo, são desenvolvidas ações para reduzir a mortalidade materna. “A cada ano, em média uma mulher morre e queremos zerar essa taxa melhorando sempre a qualidade do pré-natal, de atenção ao parto e ao pós-parto”, ressalta. Também são oferecidas em parceria com outras instituições cestas básicas para as gestantes e puérperas com dificuldades econômicas. Para as puérperas, há o apoio do projeto mães sociais, mulheres da comunidade que recebem uma gratificação para auxiliarem as mães que necessitem de ajuda no ambiente familiar ou hospitalar.
Taxa de mortalidade infantil no Brasil, Ceará e Sobral
Brasil
1996 – 25,47
2016 – 14
Ceará
1996 – 37,35
2016 – 14,3
Sobral
1996 – 54,67
2017 – 7,8
Mortalidade
A mortalidade infantil, que vinha apresentando índices de redução constantes desde a década de 1990, voltou a crescer. As principais causas apontadas foram o surto de zika vírus e a crise econômica. Nacionalmente, segundo dados do Ministério da Saúde, foi registrado um aumento de 4,8% no índice em 2016 na comparação com 2015; foram 14 mortes a cada mil nascidos em 2016 contra 13,3 mortes (a cada mil) registradas em 2015. No Ceará, o índice de mortalidade infantil no Ceará foi de 14,3 óbitos a cada 100 mil habitantes em 2016 enquanto no ano anterior foram 13 óbitos por grupo de 100 mil habitantes. Em Sobral, a taxa fechou em 7,8% em 2017, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, o que mostra a continuidade de uma tendência de queda.
A alta pode ser explicada pelo surto de vírus zika, que afetou principalmente as crianças, conforme a Secretaria da Saúde do Ceará. O vírus, se contraído por uma gestante, pode ocasionar microcefalia no bebê, o que pode levar à morte da criança. Em 2016, o Ceará teve 96 casos de microcefalia.
Em Sobral, a mortalidade continua em queda, mas já há um risco maior para as famílias e para as crianças: a crise econômica. E a população já tem sentido esses efeitos, segundo a ajudante de produção Marcilane dos Santos Silva, 30, mãe de duas crianças de três e oito anos. “A crise diminui o volume de dinheiro para comprar alimentos, para a limpeza, para gastar com saúde. O desemprego aumenta e tudo fica mais caro, principalmente os produtos para as crianças”, lamenta. Ela disse que se a situação de crise continuar no Brasil, as crianças podem voltar a morrer de fome ou em virtude das doenças. “Quem é prejudicado é o povo”, diz.
Redução da mortalidade
Para incentivar a redução da mortalidade infantil em Sobral, a prefeitura criou desde 2001 a Estratégia Trevo de Quatro Folhas. O objetivo é criar políticas que contemplem as gestantes, puérperas e crianças de até 2 anos, reduzindo a mortalidade materna e infantil. Gerente do Trevo, o enfermeiro Carlos Romualdo ressaltou que a elevação dos índices de mortalidade não se observaram em Sobral porque não houve casos confirmados de zika. Além disso, a crise econômica não mostrou seus efeitos devastadores como em outras partes do País. “Não tivemos surto de zika e nossa estratégia de atenção à saúde materna e infantil tem conseguido manter a trajetória de redução da mortalidade”, garante Carlos Romualdo.
O gerente explicou que o Trevo conta com 4 enfermeiros, 2 assistentes sociais, 1 psicólogo, 2 médicas para acompanhar 246 pessoas entre gestantes, puérperas e crianças de até 2 anos. A estratégia possibilitou que a taxa de mortalidade caísse de 54,67 mortes a cada mil nascidos em 1996 para 7,8 em 2017. Dentro do Trevo de Quatro Folhas, existe o projeto Flor do Mandacaru que conta com apoio psicológico e médico para adolescentes de 10 a 19 anos desenvolvendo estratégias de saúde sexual e reprodutiva com o objetivo de evitar gravidez indesejada e DST/Aids.
O projeto Coala, que existe desde 2013, acompanha bebês prematuros até que consigam ganhar peso. “Todos os prematuros nascidos de partos antes dos sete meses e abaixo de 2 kg são acompanhados independente das condições socioeconômicas da família”, ressalta. Foram atendidos 83 bebês este ano até junho.
Além disso, segundo Romualdo, são desenvolvidas ações para reduzir a mortalidade materna. “A cada ano, em média uma mulher morre e queremos zerar essa taxa melhorando sempre a qualidade do pré-natal, de atenção ao parto e ao pós-parto”, ressalta. Também são oferecidas em parceria com outras instituições cestas básicas para as gestantes e puérperas com dificuldades econômicas. Para as puérperas, há o apoio do projeto mães sociais, mulheres da comunidade que recebem uma gratificação para auxiliarem as mães que necessitem de ajuda no ambiente familiar ou hospitalar.
Taxa de mortalidade infantil no Brasil, Ceará e Sobral
Brasil
1996 – 25,47
2016 – 14
Ceará
1996 – 37,35
2016 – 14,3
Sobral
1996 – 54,67
2017 – 7,8
Mortalidade
Assunção Braga Sousa, 51, massagista
A crise econômica e o consequente desemprego gerado podem aumentar os índices de mortalidade das crianças, segundo a massagista Assunção Braga Sousa, 51. “As condições vão ficando piores para os pais e também para as crianças devido o desemprego. Falta dinheiro para comprar comidas e nem sempre o posto tem médico”, lamenta. Ela disse ainda que a inflaçao está aumentando e mesmo quem está empregado está precisando apertar as contas porque tudo está mais caro.
A crise econômica e o consequente desemprego gerado podem aumentar os índices de mortalidade das crianças, segundo a massagista Assunção Braga Sousa, 51. “As condições vão ficando piores para os pais e também para as crianças devido o desemprego. Falta dinheiro para comprar comidas e nem sempre o posto tem médico”, lamenta. Ela disse ainda que a inflaçao está aumentando e mesmo quem está empregado está precisando apertar as contas porque tudo está mais caro.
Fonte: Jornal Correio da Semana
https://www.correiodasemana.com.br/noticias/mortalidade-infantil-volta-a-crescer-no-ceara-e-no-brasil-apos-26-anos-sobral-continua-em-queda/
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