segunda-feira, 27 de maio de 2024

Problema ortopédico em crianças? Sociedades dizem quais exames evitar

Reprodução
A American Academy of Pediatrics e a Pediatric Orthopaedic Society of North America identificaram cinco procedimentos ou exames que podem ser desnecessários na avaliação de pacientes jovens com sintomas de quadril, pé e outras partes do sistema musculoesquelético.

As recomendações específicas e baseadas em evidências destinam-se a minimizar exames adicionais em resposta a resultados falso-positivos. Exames de acompanhamento, como métodos avançados de imagem, expõem as crianças à radiação e podem requerer sedação dos pacientes. Examinar antes da hora também pode evitar que determinadas questões musculoesqueléticas se resolvam por conta própria.

"Deve sempre haver uma conversa entre o médico e o paciente sobre quais procedimentos e exames são realmente necessários. Queremos fornecer o melhor atendimento, e quando se trata de exames, às vezes menos é mais", disse o Dr. Brian Shaw, membro da seção de Ortopedia da American Academy of Pediatrics, em um comunicado à imprensa.

Os grupos publicaram a lista on-line como parte da campanha atual Choosing Wisely da American Academy of Pediatrics.

De acordo com a lista, médicos e pacientes devem questionar o seguinte:
 
1- Ultrassonografia de rastreio do quadril para descartar displasia congênita ou luxação congênita do quadril em um recém-nascido que não tem fatores de risco e exame de quadril clinicamente estável. A incidência de displasia/luxação do quadril é rara (7 por 1000 nascimentos), e os programas universais de rastreio usando ultrassonografia em lactentes sem anormalidades evidentes do quadril identificam poucos casos e têm uma taxa considerável de falso-positivos. Sem achados físicos ou fatores de risco subjacentes, "uma ultrassonografia do quadril tem custo, exige tempo, e os resultados podem ser enganosos para pais e médicos".
 
2- Radiografias ou aconselhamento de aparelho corretor ou cirurgia para uma criança com menos de oito anos que tem uma simples marcha nas pontas dos pés. Esta condição geralmente reflete a maturação esquelética em curso. A adução dos metatarsos, a anteversão femoral, e a torção tibial contribuem para o desenvolvimento da condição, e estas tipicamente se resolvem com o crescimento. A monitoração da marcha é suficiente em consultas de puericultura até a idade de sete ou oito anos, a menos que tropeços ou quedas sejam graves, ou a postura seja assimétrica. Fisioterapia, aparelho corretor ou palmilhas não podem alterar a maturação esquelética.
 
3- Órteses ou palmilhas customizadas não são apropriadas para uma criança com pés levemente planos ou assintomáticos, que são variantes fisiológicas normais. A observação ou o uso de órteses que não requerem prescrição é suficiente para tratamento dos pés que têm um arco quando a pessoa está na ponta dos pés. Órteses personalizadas não afetam o desenvolvimento do arco.
 
4- Postergar estudos de imagem avançada (ressonância magnética ou tomografia computadorizada) para a maioria das condições musculoesqueléticas (lesão, dor, deformidade ou infecção) em uma criança até que todos os estudos clínicos, laboratoriais e radiográficos adequados sejam concluídos, incluindo considerar a história familiar. Os riscos incluem a possibilidade de sedação (ressonância magnética), exposição à radiação (tomografia computadorizada) e necessidade de um especialista para repetir o estudo (ressonância magnética). Se a propedêutica indicar necessidade de um estudo de imagem avançado, consulte um cirurgião ortopedista para confirmar a interpretação dos achados.
 
5- Não são necessárias radiografias de seguimento para fraturas em "torus" do antebraço que não apresentam dor. A imobilização com uma bandagem de apoio simples para punho ou uma tala removível pode ser suficiente para essas fraturas estáveis, em vez de gesso. A deformidade inicial tende a remodelar com o tempo. Se a fratura não for mais dolorosa à palpação quatro semanas após a lesão, as atividades normais podem ser retomadas e a radiografia de acompanhamento é desnecessária.

Fonte:Medscape
               Ricki Lewis

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