O coração é um órgão muito importante para o
funcionamento do corpo e quando seus batimentos funcionam de maneira irregular
(ou muito rápido ou muito devagar), todo o organismo pode sofrer. Esta condição
é chamada de arritmia cardíaca. No Brasil, mais de 20 milhões de pessoas têm um
dos tipos desta doença, responsável por mais de 320 mil mortes súbitas todos os
anos no país, segundo dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas
(Sobrac).
— Este problema pode ser desenvolvido por inúmeros
motivos, como a insuficiência cardíaca e o infarto agudo — destaca o
cardiologista Marcelo Foradini, coordenador do Serviço de Emergência do
Hospital Badim.
Problemas como pressão arterial alta, maus hábitos
alimentares, consumo excessivo de álcool e de bebidas energéticas, e uso de
tabaco e drogas ilícitas como cocaína e crack, aumentam as chances de
desenvolver a doença.
Uma das arritmias mais comuns na população brasileira é a
fibrilação atrial, com a estimativa de 1 milhão de casos.
— A prevalência desta arritmia aumenta com o passar da
idade, mas acomete também os jovens. Ela pode aparecer associada a doenças
cardíacas ou em um coração normal, mas também pode ser passada geneticamente —
afirma o cardiologista Pablo Reis do Hospital São Francisco na Providência de
Deus.
Esta doença faz com que o átrio (parte superior do
coração) perca sua capacidade de contrair. Isso possibilita a formação de
coágulos.
— Enquanto este coágulo está dentro do átrio não tem
problema. Mas ele pode se desprender e parar no cérebro, causando um derrame —
alerta Muhieddine Omar Chokr, especialista em Eletrofisiologia Invasiva e
Arritmologia Clínica no Instituto do Coração (INCOR).
Diagnóstico precoce contribui para cura
A fibrilação atrial faz com que o coração dilate. Com o
novo tamanho, o órgão entra no processo chamado de remodelamento (alteração
anatômica e elétrica), que torna mais difícil o controle da arritmia. Por conta
disso, é fundamental ficar atento aos possíveis sintomas (veja acima) e
procurar ajuda médica para um diagnóstico precoce.
— Os pacientes que são acometidos por este tipo de
arritmia podem ter o controle ou ficarem livres dela pelo resto da vida, mas
para isso é preciso o diagnóstico correto — orienta o cardiologista Muhieddine
Omar Chokr.
Os tratamentos podem ser feitos por meio de medicamentos
ou pela técnica conhecida como ablação atrial: um cateter é inserido pela
virilha até o coração.
— Por meio deste procedimento realizamos uma cauterização
ao redor das veias e conseguimos controlar a doença em mais de 90% das vezes — explica
Muhieddine.
Fonte: O Extra
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