Para avaliar o impacto das intervenções de saúde pública
durante o surto de sarampo no Ceará, ocorrido no período de 2013 a 2015, a
Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), por meio da Coordenadoria de Promoção e
Proteção (Coprom), participa de treinamento internacional, em uma cooperação
técnica da Sesa, Unichristus e Centros de Controle e Prevenção de Doenças
(CDC), de Atlanta, Estados Unidos, para traçar novas parcerias para pesquisas
com o Brasil. O treinamento inicia nesta segunda-feira, 6, e segue até 18 de
novembro.
O treinamento é sobre vigilância epidemiológica e
projeções de epidemias de doenças de transmissão respiratória como sarampo,
rubéola, influenza, entre outras. “Estudaremos a resposta ao surto de sarampo
que aconteceu no Ceará, nos anos de 2013 a 2015. Os resultados desse estudo
poderão explicar como se dá a transmissão de doenças em eliminação, mesmo
diante de uma população com alta proporção de pessoas vacinadas”, diz a
coordenadora da Coprom/ Sesa, Daniele Rocha Queiroz Lemos, que apresentará
experiência cearense durante as duas semanas de treinamento.
O Ceará foi declarado livre do sarampo em 2016, após uma
epidemia iniciada em dezembro de 2013, com 1.052 casos confirmados até julho de
2015. O fim da transmissão do vírus do sarampo no Ceará foi anunciado em 24 de
setembro de 2015 pelo governador Camilo Santana e o então ministro da Saúde,
Arthur Chioro. No treinamento do CDC serão avaliados os fatores que
impulsionaram a transmissibilidade da doença durante o surto, já que mesmo
diante de altas coberturas vacinais, o vírus se disseminou por 20 meses e em 38
municípios do Estado.
Para a avaliação serão aplicadas técnicas de modelagem
matemática aos dados epidemiológicos do Ceará. Após as análises, novos
entendimentos sobre a transmissão do sarampo poderão subsidiar as ações de
saúde pública que deverão ser desencadeadas para evitar que a doença retorne ao
continente americano, uma vez que há surtos da doença em outros continentes,
como a Europa, África e Ásia. Na América do Sul, a Venezuela sofre com um surto
da doença, situação que alerta para o risco de importação do sarampo por outros
países das Américas, inclusive o Brasil.
Recentemente, o artigo “Measles epidemic in Brazil in the
post-elimination period: Coordinated response and containment strategies”, de
autoria de Daniele Queiroz, foi publicado na revista científica internacional
Vaccine, comprovando o reconhecimento internacional da pesquisa da Secretaria
da Saúde do Ceará. Outras parcerias entre a Secretaria da Saúde e o CDC se
estendem desde 2013, quando planos de trabalho implementaram e
instrumentalizaram a vigilância de uma doença ainda pouco conhecida no país, a
Melioidose. Essa parceria segue até os dias atuais, com o objetivo de
diagnosticar precocemente e tratar oportunamente os pacientes, a fim de evitar
mortes.
O Centros de Controle e Prevenção de Doenças é uma
agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, sediada
no Condado de DeKalb, Geórgia, Estados Unidos, adjacente ao campus da Emory
University e à leste da cidade de Atlanta. Trabalha na proteção da saúde
pública e da segurança da população, provendo informações para embasar decisões
quanto à saúde e promove esta através de parcerias com departamentos estaduais
de saúde e outras organizações. O CDC concentra a atenção nacional no
desenvolvimento e emprego de prevenção e controle de moléstias (especialmente
contagiosas), saúde ambiental, saúde ocupacional, enfermagem, prevenção de
acidentes e atividades de educação sanitária projetadas para aprimorar o
bem-estar da população dos Estados Unidos da América. É referência internacional
em grandes descobertas envolvendo doenças infecciosas, mecanismos de
transmissão e agentes etiológicos, como a identificação do vírus HIV, Influenza
(cepa pandêmica), entre outros.
Assessoria de Comunicação da Sesa
Cristiane Bonfim/ Marcus Sá / Helga Rackel (85) 3101.5221
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