“Quando recebi o transplante de córnea, fiquei muito
aliviado, pois a minha visão já estava muito ruim e eu não sabia mais o que
fazer. Se eu pudesse encontrar a família do meu doador, eu iria agradecer muito
pelo que eles fizeram por mim”, declara o estudante Kauê Bandeira Campos, 23,
que há 20 dias fez o transplante de córnea no Hospital Geral de Fortaleza
(HGF), da rede pública do Governo do Ceará.
Há dois anos, Kauê foi diagnosticado com ceratocone, uma
doença inflamatória que altera o formato da córnea. Atualmente, ele já está em
casa e se recupera bem da cirurgia do transplante. “Acredito que campanhas
desse tipo são muito importantes não só para conscientizar, mas também para
estimular e fazer o alerta para a doação de órgãos”, ressalta sobre a importância
do Setembro Verde, campanha que faz referência à cor do laço símbolo mundial da
doação de órgãos e tecidos para transplantes.
O HGF é um hospital terciário de referência em
atendimento a casos de alta complexidade e é um dos principais centros transplantadores
do Brasil. Neste ano, até este domingo, 17 de setembro, 419 transplantes foram
realizados no Hospital Geral de Fortaleza. Destes, 100 de rim, 40 de fígado e
288 de córnea. No mesmo período, o Banco de Olhos do HGF recebeu 244 doações de
córneas, das quais 53 foram captadas no próprio HGF.
Em 2016, o Ceará zerou a fila de espera de transplantes
de córnea, depois de 34 anos realizando esse procedimento, iniciado em 1982.
“Fila zero” de córnea é uma meta estabelecida pela ABTO e indica a situação em
que o paciente que precisa de um transplante não necessita esperar pelo tecido
porque ele já está disponível para a cirurgia.
Saúde ocular
A córnea localiza-se na parte anterior do globo ocular e,
com a esclera, compõe a parte fibrosa e protetora do olho. A boa visão é
consequência da transparência dessa estrutura. Alterações no formato e na
transparência da córnea podem comprometer seriamente a visão. Quando a córnea
se torna opaca por doenças, trauma, infecção ou outra causa, a visão pode
diminuir drasticamente. Como não existe um substituto para este tecido, o
transplante depende exclusivamente da doação de córnea.
O oftalmologista e diretor técnico do Banco de Olhos do
HGF, Sisley Jean Viana, alerta que as pessoas devem ficar atentas a doenças da
visão e fazer prevenção. “As pessoas só procuram o médico quando tem problemas
na visão e existem vários problemas oculares que não se manifestam na visão.
Quando eles aparecem é porque já estão muito avançados e dão problemas na
qualidade visual. O ideal é que as pessoas fossem ao oftalmologista pelo menos
uma vez ao ano”, afirma.
Banco de Olhos
O Banco de Olhos do HGF funciona de acordo coma as normas
do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, garantindo os
padrões técnicos e de qualidade, que a complexidade dos procedimentos requer.
Todas as córneas recebidas no Banco de Olhos passam por
um processo de preparo e preservação em uma solução específica de antibióticos
e nutrientes que mantêm os tecidos vivos e aptos para a doação por até 14 dias.
As córneas passam também por exames sorológicos, para descartar possíveis
doenças infectocontagiosas, e por uma análise biomicroscópica, onde são
avaliados diversos aspectos como boa vitalidade e transparência, sequelas de
traumas ou procedimentos cirúrgicos, neoplasias (cânceres), anormalidades
congênitas ou adquiridas, cicatrizes, entre outros. Após essa criteriosa
avaliação, as córneas são armazenadas em câmaras frias onde ficam submetidas a
uma temperatura de 4° C até a data da cirurgia do transplante.
Qualquer pessoa com mais de dois e menos de 70 anos de
idade pode ser um doador de córneas. A doação pode ser realizada até seis horas
após o óbito, caso o doador não esteja em unidade hospitalar. Em unidades
hospitalares, a doação pode ser feita em até 12 horas após o óbito. O Banco de
Olhos do HGF funciona 24 horas.
Fotos: Assessoria de Comunicação do HGF
Assessoria de Comunicação do HGF
Débora Morais
(85) 3101.7086 / 98726.1212
debora.morais@hgf.ce.gov.br
Twitter: @Hospital_HGF
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