quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Dia Mundial de Combate à Raiva, prevenção e vigilância evitam a doença

Depois de uma mordida de cachorro próximo de casa, a universitária Luana Botelho, de 18 anos, foi ao posto de saúde. Por conta da necessidade de soro antirrábico, a estudante foi encaminhada para o Hospital São José, unidade de saúde do Governo do Estado, referência no tratamento de infecções graves. “Eu fiquei nervosa porque sei que a raiva é fatal. Além do soro e das vacinas vou também observar o cachorro que me atacou durante 10 dias”, diz a estudante após o atendimento.

De acordo com a diretora do Hospital São José, Tânia Mara Coelho, ao ser atacada por algum animal, a pessoa deve lavar o ferimento com água e sabão e buscar um posto de saúde para que seja avaliada a necessidade de vacina e/ou soro. “O Hospital São José oferece o soro antirrábico. As vacinas estão disponíveis nos postos de saúde da capital”, orienta a infectologista. Além disso, é importante observar o animal. Se ele morrer, desaparecer ou ficar raivoso, voltar ao serviço de saúde para tratamento específico. No pronto atendimento o médico solicitará informações sobre o tipo de animal agressor, qual o comportamento do animal e se esse animal poderá ou não ser observado. Com essas informações, ele orientará sobre a necessidade da vacina e/ou soro antirrábico, o número de doses, e do uso de antibiótico para prevenir infecção do ferimento.

A raiva é uma infecção viral aguda transmitida principalmente pela mordida de animais infectados. A doença chega a ser fatal em quase 100% dos casos. Os principais sintomas da raiva em humanos são inquietude e perturbação do sono; queimação, formigamento e dor no local da mordedura; alucinações e febre; medo de correntes de ar e de água e crises convulsivas.

As crianças precisam ter um cuidado ainda maior se são expostas ao risco de transmissão da doença. De acordo com o infectologista pediátrico do HSJ, Robério Leite, o risco tende a ser maior nas crianças em função da gravidade dos ferimentos, que também podem ser maiores, pois anatomicamente a proteção da pele nas crianças não é tão eficaz quanto os adultos, sobretudo nos bebês.


“Deve-se evitar a aproximação de crianças de animais sabidamente agressivos ou que não se conheça o comportamento ou de fêmeas com suas crias, que tendem a interpretar qualquer gesto como ameaça aos filhotes. Lembrar que não só a mordedura, mas a arranhadura de animais também pode representar um modo de transmissão dessa terrível doença”, reforça o infectologista pediátrico.

Somente mamíferos são capazes de transmitir a raiva. Cães e gatos são as principais fontes de infecção em áreas urbanas. No ambiente silvestre, os morcegos são os principais responsáveis pela transmissão da doença. No Ceará, a manutenção do ciclo da doença entre os sagüis de tufo branco, Callithrix jacchus, é preocupante. Esses animais são mantidos pela população próximos das casas, em contato com o homem.

O controle da raiva é simples, basta vacinar adequadamente os animais e manter a vigilância: evitar contatos com animais desconhecidos, criar apenas cães e gatos com a garantia de higiene, saúde e bem estar, não criar animais silvestres em cativeiros (como determina a legislação Brasileira).

Vacinação
O Ministério da Saúde envia anualmente, para todo o país, doses da vacina antirrábica canina para a realização de campanhas de imunização de cães e gatos, de acordo com as programações estaduais e municipais. As vacinas para humanos são recomendadas em casos de acidente de pessoas com animais e está disponível nos postos de saúde.


Assessoria de Comunicação do Hospital São José
Franciane Amaral
(85) 3101-2324 / 98961-3880.

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