Depois de uma mordida de cachorro próximo de casa, a
universitária Luana Botelho, de 18 anos, foi ao posto de saúde. Por conta da
necessidade de soro antirrábico, a estudante foi encaminhada para o Hospital
São José, unidade de saúde do Governo do Estado, referência no tratamento de
infecções graves. “Eu fiquei nervosa porque sei que a raiva é fatal. Além do
soro e das vacinas vou também observar o cachorro que me atacou durante 10
dias”, diz a estudante após o atendimento.
De acordo com a diretora do Hospital São José, Tânia Mara
Coelho, ao ser atacada por algum animal, a pessoa deve lavar o ferimento com
água e sabão e buscar um posto de saúde para que seja avaliada a necessidade de
vacina e/ou soro. “O Hospital São José oferece o soro antirrábico. As vacinas
estão disponíveis nos postos de saúde da capital”, orienta a infectologista.
Além disso, é importante observar o animal. Se ele morrer, desaparecer ou ficar
raivoso, voltar ao serviço de saúde para tratamento específico. No pronto
atendimento o médico solicitará informações sobre o tipo de animal agressor,
qual o comportamento do animal e se esse animal poderá ou não ser observado.
Com essas informações, ele orientará sobre a necessidade da vacina e/ou soro
antirrábico, o número de doses, e do uso de antibiótico para prevenir infecção
do ferimento.
A raiva é uma infecção viral aguda transmitida
principalmente pela mordida de animais infectados. A doença chega a ser fatal
em quase 100% dos casos. Os principais sintomas da raiva em humanos são
inquietude e perturbação do sono; queimação, formigamento e dor no local da
mordedura; alucinações e febre; medo de correntes de ar e de água e crises
convulsivas.
As crianças precisam ter um cuidado ainda maior se são
expostas ao risco de transmissão da doença. De acordo com o infectologista
pediátrico do HSJ, Robério Leite, o risco tende a ser maior nas crianças em
função da gravidade dos ferimentos, que também podem ser maiores, pois
anatomicamente a proteção da pele nas crianças não é tão eficaz quanto os adultos,
sobretudo nos bebês.
“Deve-se evitar a aproximação de crianças de animais
sabidamente agressivos ou que não se conheça o comportamento ou de fêmeas com
suas crias, que tendem a interpretar qualquer gesto como ameaça aos filhotes.
Lembrar que não só a mordedura, mas a arranhadura de animais também pode
representar um modo de transmissão dessa terrível doença”, reforça o
infectologista pediátrico.
Somente mamíferos são capazes de transmitir a raiva. Cães e
gatos são as principais fontes de infecção em áreas urbanas. No ambiente
silvestre, os morcegos são os principais responsáveis pela transmissão da
doença. No Ceará, a manutenção do ciclo da doença entre os sagüis de tufo
branco, Callithrix jacchus, é preocupante. Esses animais são mantidos pela
população próximos das casas, em contato com o homem.
O controle da raiva é simples, basta vacinar adequadamente
os animais e manter a vigilância: evitar contatos com animais desconhecidos,
criar apenas cães e gatos com a garantia de higiene, saúde e bem estar, não
criar animais silvestres em cativeiros (como determina a legislação
Brasileira).
Vacinação
O Ministério da Saúde envia anualmente, para todo o país,
doses da vacina antirrábica canina para a realização de campanhas de imunização
de cães e gatos, de acordo com as programações estaduais e municipais. As
vacinas para humanos são recomendadas em casos de acidente de pessoas com
animais e está disponível nos postos de saúde.
Assessoria de Comunicação do Hospital São José
Franciane Amaral
(85) 3101-2324 / 98961-3880.
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