sexta-feira, 21 de julho de 2017

Saúde reúne farmacêuticos para debater sobre judicialização

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), através da Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (Coasf), realizou na manhã desta quarta-feira, 19, a abertura do I Encontro Cearense de Farmacêuticos que Atuam no Sistema de Justiça. O evento, que iniciou com a participação da secretária-adjunta da Saúde do Ceará, Isabel Cavalcanti, no auditório da Sesa, em Fortaleza, encerrará nesta quinta-feira, 20, no Auditório da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia, em Sobral.



Para a secretária-adjunta da Saúde, é importante debater uma nova política de assistência farmacêutica. “Não temos que retornar àquela discussão de não só garantir o acesso ao medicamento, o acesso ao caminho e à qualidade do que nós estamos prestando. Há uma necessidade ampla de discussão sobre a promoção do uso racional dos medicamentos, a questão dos protocolos clínicos, das diretrizes terapêuticas”, ressaltou.
O objetivo do primeiro encontro para debater sobre a assistência farmacêutica e a judicialização é estabelecer estratégias para auxiliar Estado e municípios a diminuírem o número de ações judiciais na Saúde, através da gestão sistêmica das redes de trabalho. “A importância da padronização das listas de medicamentos, sejam básico, da atenção secundária ou componente especializado, da questão do conhecimento dessas listas, como a publicação delas, é fundamental para a população e mais ainda para os órgãos reguladores”, enfatizou Fernanda Cabral, coordenadora da Coasf/ Sesa.

“Precisamos trabalhar de uma forma coletiva, numa cooperação solidária para que a gente possa atender bem ao paciente, no seu tratamento, na sua vulnerabilidade pela doença, assegurar a sua recuperação da saúde, a sua reabilitação”, falou Isabel Cavalcanti. De acordo com a promotora de Justiça da Defesa da Saúde Pública, Isabel Porto, compreender de quem é a responsabilidade favorece a qualificação da judicialização. “Trabalhar em harmonia é estabelecer termos de ajuste de conduta. Vamos discutir aqui questões que eu entendo como necessárias, principalmente para levar para os meus colegas, membro do Ministério Público”, declarou.

Judicialização da Saúde

A judicialização é uma realidade que impacta os sistemas de saúde em todo o país. No Ceará, entre 2015 e 2016, houve redução das demandas judiciais e das despesas delas decorrentes, muito em função do convênio firmado em maio do ano passado entre a Defensoria Pública Geral do Ceará, Secretaria de Saúde do Estado e Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, que estabelece medidas administrativas para a solução de demandas de saúde dos assistidos.

Inserido dentro do programa Ceará Saudável do Governo do Estado do Ceará, o programa Defensoria Em Ação Por Mais Saúde busca a resolução prioritária por meio extrajudicial, com a criação do Núcleo de Atendimento Inicial à Saúde (NAIS), na Defensoria Pública estadual. No Tribunal de Justiça do Estado do Ceará também foi criado em 2016 o Núcleo de Apoio Técnica em Saúde (NATS), formado por médicos e farmacêuticos que prestam consultoria a juízes encarregados de julgar demandas de saúde.

Com essas iniciativas, as demandas judiciais à Secretaria da Saúde do Ceará diminuíram de 5.461 em 2015 para 4.053 em 2016, enquanto que os gastos para atender a essas demandas caíram de R$ 148 milhões para R$ 80 milhões. Entre as solicitações mais comuns na área de saúde, o cidadão procura a justiça para ter acesso à alimentação especial, medicamentos, exames, cirurgias, consultas médicas, leitos em UTI, tratamentos para dependentes químicos, aparelhos e próteses.


Fonte: Assessoria de Comunicação da Sesa

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