Doação de órgãos representa vida. E foi por este ato de
amor e solidariedade que o marceneiro Antônio Pereira de Moura conseguiu
sobreviver. Há 18 anos, ele sofreu um acidente de carro, ficou com sequelas no
coração e a recomendação médica era a realização de um transplante. Antônio é
de Fortaleza e é paciente pioneiro em retransplante de coração no Ceará, feito
no Hospital de Messejana Dr. Carlos
Alberto Studart Gomes (HM), do Governo do Estado do Ceará. Ele também é o
primeiro transplantado cardíaco no HM.
Essa história ninguém esquece no Hospital de Messejana.
Para receber um novo coração, Antônio Moura esperou três meses e o primeiro
transplante foi realizado com sucesso. Depois de seis anos, o coração, que já
tinha um marcapasso, apresentou problemas e o marceneiro precisou fazer o
retransplante. A espera também foi curta, apenas dois meses e Antônio já
recebeu um coração novo.
"Eu me sentia muito cansado. Tudo o que eu fazia
cansava. Mas, depois de passar por dois transplantes, minha vida é outra.
Trabalho todos os dias, faço caminhadas, cuido da alimentação e dos meninos que
nasceram depois dos transplantes", fala com alegria.
O primogênito de Antônio, que nasceu após o primeiro
transplante, recebeu o nome de Juan, em homenagem ao cirurgião cardiovascular
peruano, Juan Mejia, que fez a cirurgia dele. Após o retransplante feito em
2005, o marceneiro ainda teve o segundo filho, Davi. O nome do menino também
foi uma homenagem ao coordenador clínico da Unidade de Transplantes Cardíacos
do HM, João David.
"Sempre fui bem atendido no HM e esses dois médicos
representam muito para mim, por isso fiz a homenagem", comenta Antônio,
que de três em três meses recebe acompanhamento médico no hospital. Na casa
dele, tudo agora tem mais alegria, mais vida. "Me sinto disposto,
entusiasmado e muito feliz com a oportunidade que tive", comemora.
Crescimento de 33%
E são histórias como a do seu Antônio que fazem o
Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, da rede pública do
Governo do Ceará, se destacar e receber títulos de referência em transplantes.
No ano passado, o hospital superou o recorde
registrado em 2015: foram realizados 32 transplantes cardíacos em 2016,
enquanto no ano anterior foram 24, crescimento de 33%. De acordo com o Registro
Brasileiro de Transplantes (RBT 2016), divulgado no dia 10 de março pela
Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o Ceará foi o terceiro
estado do país que mais realizou transplantes de coração, ficando atrás apenas
do Distrito Federal e de Pernambuco.
O diretor geral do Hospital de Messejana, Frederico
Augusto de Lima e Silva, reforça que ao longo dos anos, o HM vem buscando
excelência no tratamento de seus pacientes. "Ao realizar transplantes
cardíacos e pulmonares em pacientes, não só do Ceará mas de todo o país, a
instituição inscreve-se em um grupo especial de hospital públicos brasileiros
reconhecidos pela população como verdadeiramente de utilidade pública e
excelência", enfatiza.
Um dos pacientes transplantados no ano passado foi o
cantor cearense José Silveira Neto, conhecido como Cláudio Galeno, 57, que tem
13 discos gravados. Depois de passar por seis infartos, quatro AVCs e dois
cateterismos, ele precisou realizar o transplante cardíaco. A cirurgia
aconteceu em agosto de 2016. "Me sinto como se tivesse nascido de novo. Eu
só vivia com falta de ar, cansaço, indisposição, tontura. Agora já penso até em
volta a cantar", declara Galeno.
Este ano, até o mês de abril, já foram realizados dez
transplantes cardíacos no HM. O coordenador da Unidade de Transplante e
Insuficiência Cardíaca do Hospital de Messejana, João David de Souza Neto,
explica que este é um marco da equipe. "Aqui nós contamos com o apoio de
todos os profissionais do hospital, o que nos garante um atendimento
diferenciado, com resultados positivos. Nossos transplantes têm uma taxa de
mortalidade menor que dez por cento. Estamos conseguindo salvar muitas vidas e
garantindo qualidade de vida a esses pacientes", afirma.
Atualmente, 14 pacientes aguardam na fila de Transplantes
do Hospital de Messejana. Oito deles são crianças. A enfermeira Gyslane
Vasconcelos, que é coordenadora multidisciplinar da Unidade de Transplante e
Insuficiência Cardíaca do HM, conta que todos eles são acompanhados antes,
durante e após a cirurgia. "Nós temos vários profissionais envolvidos com
o paciente. São psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais,
assistentes sociais, nutricionistas, enfermeiros e médicos. Enfim, uma equipe
que trabalha unida para proporcionar o melhor atendimento a cada um
deles", explica.
Assessoria de Comunicação do Hospital de Messejana
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