Aparelho combina lentes para aumentar a quantidade de informação registrada pela retina das pessoas com visão tubular (Foto: Diogo Almeida/G1) |
Instrumento óptico foi desenvolvido por oftalmologista de João Pessoa. Protótipo do aparelho combina quatro lentes em uma armação de óculos.
Um médico de João Pessoa desenvolveu um aparelho óptico que visa melhorar o campo de visão de pessoas que perderam a visão periférica por causa de doenças como glaucoma e retinose pigmentar. Segundo o oftalmologista Osvaldo Travassos, inventor do aparelho, o objeto não recupera o campo de visão perdido, mas aumenta a quantidade de elementos visuais que a retina pode registrar.
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“A visão é responsável por 85% do nosso relacionamento com o ambiente ao nosso redor. Quando se perde a visão periférica, a pessoa passa a ver apenas pela visão central, que se parece como se estivesse olhando por um tubo. Com isso, a pessoa perde a noção do que está ao redor, tendo que olhar as coisas por partes para poder saber onde estão ou como são os objetos”, explica o médico.
Campo de visão aumenta por meio do instrumento (Foto: Diogo Almeida/G1) |
A pesquisa para a construção do instrumento começou em 2013, mas apenas em 2016 que o oftalmologista se convenceu dos resultados dos testes feitos com alguns pacientes e apresentou a pesquisa e o protótipo do invento em um congresso de oftalmologistas realizado em outubro deste ano, em Belo Horizonte. “O aparelho consiste em uma combinação de lentes, positivas e negativas que, somadas, abrem o campo de visão tubular do paciente. Visualmente, o protótipo se parece como se fossem dois óculos colados um ao outro. Esse instrumento pega o pouco que a pessoa vê e acrescenta mais elementos da visão periférica dentro desta visão tubular”, comenta Travassos.
Desde que foi pensado até este ano, Osvaldo Travassos já experimenta o invento com pelo menos 20 pacientes. Para saber quais lentes utilizar na confecção, ainda artesanal, do aparelho, o oftalmologista realiza exames convencionais e cálculos com base no grau de visão tubular que o paciente tem. “Como atualmente ele funciona como se fossem dois óculos, a construção do instrumento é semelhante a de um óculos, que podem ser confeccionados em uma ótica convencional”, diz.
Instrumento desenvolvido pelo oftalmologista Osvaldo Travassos foi apresentado cientificamente este ano, após três anos de pesquisa (Foto: Diogo Almeida/G1) |
Os testes do equipamento estão sendo feito nestes pacientes e o objeto está em processo de patenteamento. Por enquanto, o objeto só é confeccionado mediante solicitação do médico, mas a ideia do oftalmologista é aprofundar a pesquisa e melhorar o equipamento, para que mais pessoas possam usufruir do invento.
“Vários setores da indústria também podem se beneficiar deste protótipo para ajudar na confecção. Desde o setor de design até o da fabricação em si. Ainda há muito a ser melhorado e, quem sabe, em breve uma versão final e comercializável do instrumento possa existir para facilitar a vida destas pessoas”, completa.
Fonte: G1 - Paraíba
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