Vários estudos científicos nos últimos anos têm
demonstrado uma associação entre ingestão de peixe e boa saúde. Este efeito tem
sido atribuído a um conjunto de "gorduras boas" chamadas de Ômega 3
encontrados em grandes quantidades em alguns tipos de peixes. Pesquisas em
animais e humanos mostram que estas gorduras têm efeitos positivos sobre a
saúde em geral, e sobre a saúde do coração em particular. Por sua vez, nos
estudos em que são administradas cápsulas de Ômega 3 como suplemento, os
resultados são controversos quanto aos potenciais benefícios para a saúde
cardiovascular e risco de morte.
Em um estudo realizado em mais de 2600 idosos americanos,
publicado no último dia 2 de abril na revista científica americana Annals of
Internal Medicine, pesquisadores demonstraram que as pessoas que apresentaram
um maior nível sanguíneo de Ômega 3, vivem em média mais de 2 anos que aqueles
com níveis menores. Os pesquisadores concluíram que os níveis sanguíneos de
Ômega 3 estão relacionados com um menor risco de morte, especialmente por
doença cardíaca. O risco de morte por qualquer causa no grupo de maior nível
sanguíneo de Ômega 3 é reduzido em 27%, e o risco de morte por doença cardíaca
é reduzido em 35%, durante o período estudado, quando comparados com o grupo de
menor nível sanguíneo de Ômega 3.
Quantidades elevadas dos ácidos graxos Ômega 3 são
encontradas em alguns tipos de peixes sendo os mais comuns no nosso meio o
atum, sardinhas (mesmo os enlatados), salmão, arenque e cavala. Por este motivo
a Associação Americana do Coração recomenda o consumo de duas porções de 100 g
desses tipos de peixe por semana.
Cabe salientar que estes resultados indicam somente a
existência de uma associação, e não uma relação de causa efeito, entre os
maiores níveis sanguíneos de Ômega 3 e o risco de morte por qualquer causa ou
por doença cardíaca. Isto significa que o estudo não pode determinar se o nível
de Ômega 3 no sangue é o responsável direto pela redução do risco de morte, ou
é um marcador de estilo de vida saudável. Os próprios autores enfatizam que
aqueles com maior nível de Ômega 3 ingeriram mais frutas e vegetais que o grupo
de menor nível, sugerindo que tomar suplemento de óleo de peixe, rico em Ômega
3, pode não ser suficiente.
Fonte: ABC Saúde
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