A triagem sorológica de
potenciais doadores e de receptores de órgãos e tecidos para transplantes é
obrigatória. E é no Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará, unidade da
Secretaria da Saúde do Estado, que são realizadas as sorologias. Todos os
órgãos doados e transplantados passam por análise minuciosa para a segurança do
doador e receptor. A participação do Lacen acontece após o início do processo
de doação. O laboratório oferece o serviço desde 1997 e até a primeira quinzena
de agosto deste ano realizou 20.311 análises sorológicas.
No Lacen são realizadas, ao todo, catorze
sorologias em múltiplos órgãos. Dentre elas, o diagnóstico da infecção pelo
HIV, sorologias para hepatites B e C, sífilis, doença de Chagas,
citomegalovírus, toxoplasmose e HTLV I e II. As solicitações de sorologia
chegam ao Lacen por meio da Central de Transplantes. Conforme a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esses procedimentos são necessários
devido à grande variedade de patógenos que podem ser transmitidos no processo
de doação e transplante de órgãos e tecidos. Nesses casos, a triagem sorológica
pode desqualificar possíveis doadores contaminados, identificar infecções
ativas no receptor no período pré-transplante para que possam ser tratadas,
definir o grau de risco para que uma infecção ocorra para que se possa prevenir
o seu aparecimento no pós-transplante.
No processo de doação de órgãos, após o
diagnóstico de morte encefálica, a família deve ser consultada e orientada
sobre a possibilidade da doação. A entrevista deve ser clara e objetiva,
informando “que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser
doados para transplante”. A conversa pode ser realizada pelo próprio médico do
paciente, pelo médico da UTI ou pelos membros da Comissão Intra-Hospitalar de
Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), que prestam todas as
informações que a família necessitar. O Setembro Verde faz referência à cor do
laço símbolo mundial da doação de órgãos e tecidos para transplantes. A
iniciativa é promovida em alusão ao Dia Nacional de Doação de Órgãos,
comemorado em 27 de setembro.
A proporção das famílias que não autorizam a
doação de órgãos e tecidos de parentes com diagnóstico de morte encefálica no
Brasil aumentou de 22% em 2008 para 44% em 2015, segundo a Associação
Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). No Ceará, o crescimento das recusas
familiares foi menor, passando de 23,2% para 38% no período. O expressivo
aumento das notificações de potenciais doadores, que aumentaram 127% entre 2008
e 2015, mais que compensaram as recusas familiares às doações e permitiu ao
Ceará estabelecer recordes sucessivos de transplantes realizados. O último em
2015, quando foram realizados 1.433 transplantes de órgãos e tecidos.
Assessoria de Imprensa - Lacen/CIDH/IPC
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