Neste
ano, o MG Transplantes, por meio da Santa Casa de Montes Claros realizou 48
transplantes de córneas, rins, fígado e de esclera
Com uma cobertura populacional de quase 1,2 milhão de
pessoas a MG Transplantes por meio da Central de Notificação, Captação e
Distribuição de Órgãos (CNCDO) do Norte e Nordeste de Minas Gerais e a Santa
Casa de Montes Claros estão realizando até sexta-feira (3009), a Semana
Nacional de Doação de Órgãos. Nesta terça-feira (27/09), comemora-se o Dia
Nacional da Doação de Órgãos e a campanha alerta para a conscientização da
população sobre a importância das doações para salvar vidas.
As atividades da campanha tiveram início sábado
(24/09) com uma “Blitz Social” realizada no Mercado Central de Montes Claros.
Durante a ação, profissionais de saúde distribuíram material informativo sobre
doação de órgãos e tecidos e simularam uma fila de espera que percorreu o
local. Já no decorrer desta semana a Santa Casa realizará várias atividades
educativas envolvendo pacientes, acompanhantes e colaboradores.
Neste ano, por meio da CNCDO do Norte e Nordeste de Minas
que integra uma rede estadual de seis centrais de notificação da MG
Transplantes, a Santa Casa de Montes Claros realizou 48 transplantes de
córneas, rins, fígado e de esclera (mais conhecida como o branco do olho). O
maior hospital do Norte de Minas e que presta serviços à população por meio do
Sistema Único de Saúde (SUS) é o único credenciado pelo Ministério da Saúde
para a realização de transplantes. Brevemente, a Santa Casa se constituirá na
16ª instituição do país que passará a realizar transplante de medula óssea,
serviço já autorizado pelo Sistema Nacional de Transplantes.
Alerta
A coordenação da CNCDO do Norte e Nordeste de Minas
alerta que quem precisa de um transplante está esperando mais tempo na fila. Na
região 273 pessoas aguardam doações de órgãos sendo que, desse total, 271
pacientes precisam de transplante de rins. Um paciente aguarda transplante de
córnea e, outro, a doação de fígado.
Para este ano a previsão do Ministério da Saúde é de que
o número de procedimentos de transplantes deverá registrar a primeira queda nos
últimos 11 anos. O número de transplantes vinha crescendo desde 2005 e, para
este ano a previsão é de que ocorra uma queda superior a 200 procedimentos
apesar de que este número poderá mudar dependendo das doações que forem
efetivadas neste segundo semestre.
No caso do Norte e Nordeste de Minas Gerais em 2013 a
Santa Casa de Montes Claros realizou 96 transplantes e, em 2014, foram
efetivados 85 procedimentos. Já em 2015 foi contabilizada a realização de 104
transplantes de córneas, esclera, rins e fígado. Por outro lado, entre janeiro
e julho de 2016 a CNCDO do Norte e Nordeste registrou a realização de 48
transplantes.
A enfermeira da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de
Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) da Santa Casa de Montes Claros,
Simone Rosado, ressalta que apesar da realização de campanhas um dos entraves
para tornar a doação uma realidade é a negativa familiar.
“Em cerca de 70% dos casos as potenciais doações acabam
não ocorrendo pela resistência dos parentes devido ao pânico diante da situação
da morte cerebral ou da morte do ente querido, além da questão cultural que
impede a doação”, explica a enfermeira.
Abrangência Regional
A Central de Notificação, Captação e Distribuição de
Órgãos é mantida nas dependências da Santa Casa de Montes Claros e se constitui
no único serviço especializado do MG Transplantes na procura e captação de
órgãos e tecidos humanos no Norte e Nordeste de Minas Gerais. O serviço abrange
cerca de 90 municípios e envolve 20 unidades hospitalares e suas respectivas
comissões intra-hsopitalares de doação de órgãos e tecidos para transplante.
Dentre os municípios atendidos destacam-se Brasília de Minas, São Francisco,
Coração de Jesus, Francisco Sá, Janaúba, Monte Azul, Manga, Montes Claros,
Bocaiúva, Pirapora, Salinas, Taiobeiras, Diamantina, Minas Novas, Turmalina e
Capelinha.
Como funciona?
Para ser um doador o primeiro passo é comunicar a família
sobre a intenção de doar. Não é necessário documentar. É preciso, apenas, que a
família esteja ciente da decisão.
Após o obrigatório consentimento familiar por escrito, as
córneas podem ser retiradas dos doadores até seis horas após o óbito. No caso
de múltiplos órgãos é necessária a confirmação de morte encefálica. O
diagnostico é estabelecido após avaliação de dois médicos de diferentes
especialidades, realização de exames clínicos, testes de apneia, neurológicos e
exame de imagem confirmatório.
Nas duas situações o hospital deve notificar o óbito à
equipe da CNCDO do MG Transplantes na região que, imediatamente, se dirige à
unidade de saúde para captação. Se autorizada a doação pelos familiares, os
órgãos são retirados e distribuídos, respeitando a lista de espera do Sistema
Nacional de Transplantes e a compatibilidade entre doador e receptor. As
córneas são encaminhadas para o Banco de Olhos em Belo Horizonte e após
processamento serão transplantados.
Por
Pedro Ricardo
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