Um dos principais causadores das 17,5 milhões de mortes
por doenças cardiovasculares no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde,
o colesterol alto ganhou mais um combatente — à base da substância evolocumabe.
O novo tratamento, que passou a ser comercializado na Europa em 2015 e deve
chegar no Brasil até o fim deste ano, é uma alternativa a pacientes com alto
risco de doenças cardiovasculares que, até então, não conseguiam atingir as
taxas ideais do colesterol ruim (o LDL-C ).
— Estudos mostraram que,
independentemente da idade, sexo, presença de diabetes e risco cardiovascular,
a redução do colesterol ruim chegou a 75% usando a evolocumabe combinada com as
estatinas (tratamento padrão) — explica a médica Maristela Sampaio, do
laboratório Amgen.
Evolocumabe é um anticorpo
humano que inibe a proteína responsável pela redução da capacidade do fígado de
remover o LDL-C do sangue. O remédio, que funciona com uma injeção subcutânea a
cada duas semanas, é também esperança para os intolerantes às estatinas — a
redução do colesterol deste grupo foi de até 50%, segundo estudos.
— É um braço terapêutico que
veio ajudar esses pacientes, embora o tratamento padrão, para os que podem,
continue sendo a estatina. Deve ser usado a vida toda, já que a doença tem
controle, não cura — reforça Marcelo Assad, do Instituto Nacional de
Cardiologia, que alerta para a negligência no uso dos medicamentos: — Há
pessoas que usam por período curto e param.
Cerca de 40% dos adultos têm
colesterol alto
No Dia
Nacional de Controle do Colesterol, um alerta: cerca de 40% da população no
Brasil têm colesterol elevado, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Nessa estatística, mora o perigo: quando se aumenta o colesterol, há aumento da
taxa de morte por doenças cardiovasculares.
Se por
um lado há pessoas “privilegiadas” por uma herança genética que facilita o
colesterol baixo, há uma condição hereditária que expõe o paciente a altos
níveis de colesterol ruim — a hipercolesterolemia familiar. Cerca de 300 mil
pessoas no país têm a condição, mas menos de 10% são tratados corretamente.
— Muitas
vezes, medicamentos que existem não conseguem trazer o LDL a níveis tão baixos
que possa haver redução do risco cardiovascular — diz o cardiologista Francisco
Fonseca.
Fonte: O Extra
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