quinta-feira, 28 de julho de 2016

Imunoterapia muda o tratamento do câncer fazendo o próprio organismo combater o tumor

Um em cada dois homens terá câncer. Entre as mulheres, uma em cada três desenvolverá a doença. Hoje, um em cada quatro pacientes sobrevive. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, que, em breve, poderá ter que rever essa última estatística. E isso graças a descobertas que estão mudando o paradigma do câncer, viabilizando novas drogas e enchendo de esperança médicos e pacientes. A chamada imunoterapia representa uma revolução tão grande na oncologia que, em fevereiro, a Sociedade Americana de Oncologia Clínica a elegeu o maior avanço contra o câncer em 2016.
Com a imunoterapia, o sonho de tantas décadas de medicina — usar o nosso próprio sistema imunológico para combater doenças —, enfim, torna-se realidade. Para alguns tipos de tumor, como o de bexiga, medicamentos como o atezolizumab, aprovado em maio nos EUA, são avanços significativos após quase 30 anos sem inovação no tratamento. A taxa de resposta em casos de câncer metastático de pulmão e melanoma também aumentou significativamente com a chegada de imunoterápicos como o nivolumab e o ipilimumab, ambos já aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O câncer surge quando, por algum motivo, ocorre um erro na duplicação das células do corpo, dando origem a uma célula cancerosa. Com o DNA danificado, ela passa a se multiplicar fora de controle. Essas células podem enganar o sistema imunológico para que ele pense que elas não representam ameaça. Assim, são capazes de desligar a resposta imune que poderia destruí-las.

— A imunoterapia lança mão de diferentes maneiras de combater esses truques, tirando a “capa de invisibilidade” do tumor e permitindo que as células de defesa identifiquem e ataquem o tumor — explica Pablo Umaña, diretor de Imunoterapia Oncológica do Centro de Pesquisa do laboratório farmacêutico Roche em Zurique.

Fonte: O Extra

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