Um em cada dois homens terá câncer. Entre as mulheres,
uma em cada três desenvolverá a doença. Hoje, um em cada quatro pacientes
sobrevive. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos,
que, em breve, poderá ter que rever essa última estatística. E isso graças a
descobertas que estão mudando o paradigma do câncer, viabilizando novas drogas
e enchendo de esperança médicos e pacientes. A chamada imunoterapia representa
uma revolução tão grande na oncologia que, em fevereiro, a Sociedade Americana
de Oncologia Clínica a elegeu o maior avanço contra o câncer em 2016.
Com a imunoterapia, o sonho de
tantas décadas de medicina — usar o nosso próprio sistema imunológico para
combater doenças —, enfim, torna-se realidade. Para alguns tipos de tumor, como
o de bexiga, medicamentos como o atezolizumab, aprovado em maio nos EUA, são
avanços significativos após quase 30 anos sem inovação no tratamento. A taxa de
resposta em casos de câncer metastático de pulmão e melanoma também aumentou
significativamente com a chegada de imunoterápicos como o nivolumab e o
ipilimumab, ambos já aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa).
O câncer surge quando, por
algum motivo, ocorre um erro na duplicação das células do corpo, dando origem a
uma célula cancerosa. Com o DNA danificado, ela passa a se multiplicar fora de
controle. Essas células podem enganar o sistema imunológico para que ele pense
que elas não representam ameaça. Assim, são capazes de desligar a resposta
imune que poderia destruí-las.
— A imunoterapia lança mão de
diferentes maneiras de combater esses truques, tirando a “capa de
invisibilidade” do tumor e permitindo que as células de defesa identifiquem e
ataquem o tumor — explica Pablo Umaña, diretor de Imunoterapia Oncológica do Centro
de Pesquisa do laboratório farmacêutico Roche em Zurique.
Fonte: O Extra
Nenhum comentário:
Postar um comentário