domingo, 12 de junho de 2016

Por que todos querem ajudar os doentes, mas não os desempregados?

Foto; Reprodução
De fato, pesquisas internacionais mostram que a população em todos os países é muito positiva em relação ao setor de saúde, mas não é necessariamente inclinada a apoiar subsídios para os desempregados.

A questão incomodou os pesquisadores Carsten Jensen e Michael Petersen, da Universidade de Aarhus (Dinamarca), já que que doença e desemprego são dois tipos de riscos comuns a que todos estão expostos.

Segundo os dois pesquisadores, embora, do ponto de vista histórico, desemprego e doença representem dois tipos muito diferentes de riscos - o desemprego surgiu como resultado da industrialização, enquanto a doença é algo que a espécie humana tem enfrentado há milhões de anos - a diferença na maneira de ver os dois riscos parece ter profundos traços ideológicos.

Ideologias políticas

A dupla fez pesquisas nos EUA, no Japão e na Dinamarca e verificou que, em todos esses países, as pessoas acreditam intuitivamente que as pessoas que adoecem deram azar, enquanto as pessoas desempregadas geraram elas próprias o problema.

Ocorre que, nas sociedades modernas, mais pessoas morrem de doenças derivadas do seu estilo de vida - ou seja, por ação própria - do que de pernas quebradas e infecções acidentais. E o problema do desemprego está longe de poder ser atribuído aos próprios trabalhadores.

Ainda assim, a população continua pensando nas doenças como acidentes aleatórios. E os resultados são os mesmos ao longo de todo o espectro político, incluindo os conservadores, que normalmente se opõem aos gastos do governo com qualquer coisa, defendendo as pessoas doentes como infelizes e merecedoras de cuidados.

"Como temos essa tendência psicológica a considerar as pessoas que ficam doentes como sem sorte, a atitude das pessoas para com os doentes [e com os desempregados] é extremamente difícil de mudar," comentou Carsten Jensen.

Dário da Saúde

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