São Paulo - O Brasil é o
quarto país com maior número de adultos com diabetes — são 7,5 milhões de
pessoas diagnosticadas — e, ainda assim, estima-se que esse número seja apenas
a metade do total de pessoas com a doença — que têm, mas não sabem. Mesmo a população
consciente de ter diabetes, boa parte não faz o tratamento de forma adequada e
apenas 10% dos portadores do tipo 1 têm controle ideal da glicose, enquanto
26,8% das pessoas com diabetes tipo 2 estão controladas. O percentual,
baixíssimo, têm relação com a falta de informação sobre a doença, acredita a
endocrinologista Denise Franco, coordenadora do Departamento de Novas Terapias
da Sociedade Brasileira de Diabetes.
— A educação em
diabetes é fundamental para que o paciente possa ter boa qualidade de vida.
Muitos não são informados sobre os benefícios do tratamento, têm medo da
insulina e desistem se, por exemplo, já nos primeiros dias de tratamento
insulínico sofram de hipoglicemia — explica a médica, que destaca outros
problemas: — Há ainda a vergonha de injetar a insulina em público e o desafio
de aplicar, todo dia, na mesma hora.
O controle de
glicemia em pessoas com diabetes é considerado normal quando o percentual de
glicose nas hemoglobinas é inferior a 7%. Porém, a variabilidade glicêmica
elevada (quando os níveis de glicose oscilam em hipoglicemia e hiperglicemia)
também deve ser observada, alerta a cardiologista Luciana Giangrande.
— Pouco se fala
sobre o perigo da hipoglicemia, que pode causar distúrbios cardiovasculares,
demência, danos cognitivos e até morte súbita — diz a diretora médica da
Sanofi, empresa que apresentou, ontem, em São Paulo, uma nova insulina que
ainda não está disponível no SUS. — Por ter uma absorção diferente, ela age por
mais tempo e diminui os riscos de variabilidade da glicose.
A insulina é um dos
hormônios produzidos pelo pâncreas, que facilita a entrada de glicose no
interior das células. Quando não produzida, deve ser aplicada no organismo. No
tipo 1, o pâncreas não produz insulina; no tipo 2, a produção é insuficiente ou
a insulina age inadequadamente.
Mudança com exercícios
Desde que foi
diagnosticado com diabetes tipo 1 há 21 anos, Emerson Bisan, hoje com 42,
transformou a doença em um novo caminho: tornou-se ultramaratonista e, desde
então, correu mais de 68 maratonas (sete delas de 217 quilômetros). Além de
melhorar a autoestima, o corredor — que também é formado em educação física —
destaca os benefícios da atividade física para um portador de diabetes.
— No caso do tipo 2,
é uma das partes do tratamento, já que o exercício diminui a resistência à
insulina. E, de um modo geral, a atividade melhora a parte circulatória e a
carga de insulina é dosada com o nível de atividade que a pessoa faz.
Para que não haja um
quadro de hipoglicemia durante as atividades — quando o gasto calórico é maior
que a reposição de nutrientes —, o educador físico alerta:
— É preciso conhecer
a duração e tipo de ação da insulina que está tomando, para o pico não culminar
com o momento da atividade física.
* A repórter viajou
a convite da Sanofi
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