quinta-feira, 30 de junho de 2016

O Brasil é o quarto país com maior número de adultos com diabetes

São Paulo - O Brasil é o quarto país com maior número de adultos com diabetes — são 7,5 milhões de pessoas diagnosticadas — e, ainda assim, estima-se que esse número seja apenas a metade do total de pessoas com a doença — que têm, mas não sabem. Mesmo a população consciente de ter diabetes, boa parte não faz o tratamento de forma adequada e apenas 10% dos portadores do tipo 1 têm controle ideal da glicose, enquanto 26,8% das pessoas com diabetes tipo 2 estão controladas. O percentual, baixíssimo, têm relação com a falta de informação sobre a doença, acredita a endocrinologista Denise Franco, coordenadora do Departamento de Novas Terapias da Sociedade Brasileira de Diabetes.

— A educação em diabetes é fundamental para que o paciente possa ter boa qualidade de vida. Muitos não são informados sobre os benefícios do tratamento, têm medo da insulina e desistem se, por exemplo, já nos primeiros dias de tratamento insulínico sofram de hipoglicemia — explica a médica, que destaca outros problemas: — Há ainda a vergonha de injetar a insulina em público e o desafio de aplicar, todo dia, na mesma hora.

O controle de glicemia em pessoas com diabetes é considerado normal quando o percentual de glicose nas hemoglobinas é inferior a 7%. Porém, a variabilidade glicêmica elevada (quando os níveis de glicose oscilam em hipoglicemia e hiperglicemia) também deve ser observada, alerta a cardiologista Luciana Giangrande.


— Pouco se fala sobre o perigo da hipoglicemia, que pode causar distúrbios cardiovasculares, demência, danos cognitivos e até morte súbita — diz a diretora médica da Sanofi, empresa que apresentou, ontem, em São Paulo, uma nova insulina que ainda não está disponível no SUS. — Por ter uma absorção diferente, ela age por mais tempo e diminui os riscos de variabilidade da glicose.
A insulina é um dos hormônios produzidos pelo pâncreas, que facilita a entrada de glicose no interior das células. Quando não produzida, deve ser aplicada no organismo. No tipo 1, o pâncreas não produz insulina; no tipo 2, a produção é insuficiente ou a insulina age inadequadamente.

Mudança com exercícios
Desde que foi diagnosticado com diabetes tipo 1 há 21 anos, Emerson Bisan, hoje com 42, transformou a doença em um novo caminho: tornou-se ultramaratonista e, desde então, correu mais de 68 maratonas (sete delas de 217 quilômetros). Além de melhorar a autoestima, o corredor — que também é formado em educação física — destaca os benefícios da atividade física para um portador de diabetes.

— No caso do tipo 2, é uma das partes do tratamento, já que o exercício diminui a resistência à insulina. E, de um modo geral, a atividade melhora a parte circulatória e a carga de insulina é dosada com o nível de atividade que a pessoa faz.
Para que não haja um quadro de hipoglicemia durante as atividades — quando o gasto calórico é maior que a reposição de nutrientes —, o educador físico alerta:
— É preciso conhecer a duração e tipo de ação da insulina que está tomando, para o pico não culminar com o momento da atividade física.

* A repórter viajou a convite da Sanofi

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