A partir do dia de mobilização nacional para vacinação
contra a influenza, 30 de abril, até o dia 20 de maio, 2.017.553 pessoas no
Ceará deverão ser imunizadas contra a gripe. Essa população faz parte dos
grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde para a 18ª Campanha
Nacional de Vacinação contra a Influenza. São 575.979 crianças de 6 meses a 4
anos, 138.800 trabalhadores da saúde, 96.440 gestantes, 15.853 puérperas,
24.555 indígenas, 924.727 idosos acima de 60 anos, 212.753 pessoas com doenças
crônicas, 24.557 adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas e população
carcerária e 3.889 funcionários do sistema prisional em todo o Estado. De
acordo com o informe técnico do Ministério da Saúde sobre a campanha, o
estabelecimento de grupos populacionais
a serem cobertos são decisões respaldadas em bases técnicas, científicas e logísticas, evidência epidemiológica,
eficácia e segurança da vacina, somados à garantia da sustentabilidade da
estratégia adotada para a vacinação.
A vacinação é uma das medidas mais efetivas para a prevenção
da influenza grave e de suas
complicações. O principal objetivo da vacinação contra Influenza é
prevenir a ocorrência de casos de gripe nas formas graves, que demandam
hospitalização, e os óbitos, motivo pelo qual é direcionada aos grupos
populacionais com maior vulnerabilidade. Em populações não vacinadas, a maioria
das mortes por influenza sazonal é registrada em idosos. A vacina contra a
influenza, apesar de não conferir “proteção completa nem proteção contra todas
as causas de morte”, previne em idosos “aproximadamente 30% dos casos fatais e
não fatais, independentemente da etiologia, 40% dos casos de síndrome gripal e
50 a 70% das mortes”. Também tem contribuído na redução da mortalidade em
indivíduos portadores de doenças crônicas, como doença cardiovascular, AVC,
doenças renais, diabetes, pneumonias, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
(DPOC), dentre outras. Além de evitar milhares de internações, existem
evidências da redução em pelo menos dois dias do tempo de hospitalização, com
benefícios tanto do ponto de vista individual, como para toda a população.
A partir da introdução da vacina para crianças de seis meses
a menores de cinco anos de idade, em gestantes e puérperas, observou-se redução
significativa no percentual de casos graves de influenza nesses grupos. A
ampliação da vacinação de crianças tem se mostrado uma das medidas mais
eficientes para reduzir a carga da doença nos grupos vacinados e também na
comunidade. As crianças com idade entre um e cinco anos são as principais
fontes de transmissão dos vírus na família e na comunidade, podendo eliminar os
vírus por até duas semanas. Estima-se que uma pessoa infectada seja capaz de
transmitir o vírus para até dois contatos não imunes. A transmissão ocorre
principalmente através do contato com partículas eliminadas por pessoas
infectadas ou mãos e objetos contaminados por secreções. É muito elevada em ambiente
domiciliar, creches, escolas e em ambientes fechados.
“Não há estudo clínico sobre a segurança da vacinação de
menores de 6 meses”, ressalva o infectologista Robério Leite, do Hospital
Infantil Albert Sabin), da rede pública estadual. Além disso, os bebês têm bom
nível de proteção por causa da imunidade conferida pela mãe, transmitida
através do aleitamento materno. “A vacinação de menores de 6 meses não oferece
resposta imunológica satisfatória”, reforça o infectologista. Segundo o
Ministério da Saúde, a vacinação de gestantes é considerada prioritária pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), pois beneficia a mãe e o bebê,
particularmente os menores de seis meses de idade, que não podem receber a
vacina. Ministério da Saúde e a Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia (Febrasco) recomendam a vacinação de rotina contra a
influenza para todas as mulheres gestantes na campanha. Para as gestantes, o
risco de complicações por causa da influenza é muito alto, principalmente no terceiro
trimestre de gestação, mantendo-se elevado no primeiro mês após o parto. As puérperas apresentam risco
semelhante ou maior que as gestantes de ter complicações em decorrência da
influenza. No Brasil, desde 2013 as puérperas, no período até 45 dias após o
parto, foram incluídas no grupo alvo de vacinação.
Os profissionais de saúde são mais expostos à influenza e
estão incluídos nos grupos prioritários
para vacinação não apenas para sua proteção individual, mas também para
evitar a transmissão dos vírus aos pacientes de alto risco. Os adolescentes e
jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e as populações
privadas de liberdade e pessoas que vivem em ambientes aglomerados também estão
expostas a maior risco de contrair a infecção. Recente estudo avaliou a
eficácia e a efetividade do efeito da imunização com vacinas contra influenza A
e B na população adulta sadia, incluindo gestantes e recém-nascidos, com base
em 90 estudos publicados. A conclusão dos especialistas autores da revisão, foi
de que o efeito preventivo da vacina em adultos saudáveis apresenta efeito
modesto na redução dos sintomas da gripe e também não reduz os dias de trabalho
perdidos na população em geral.
Sintomas e sinais
O período de incubação dos vírus influenza varia entre um e
quatro dias. Os sinais e sintomas da
doença são muito variáveis, podendo ocorrer desde a infecção
assintomática, até formas graves. A excreção viral nas secreções nasais
usualmente surge 24 horas antes do início dos sintomas, dificultando a
instituição de medidas profiláticas medicamentosas para a prevenção da doença.
A síndrome gripal, que se caracteriza
pelo aparecimento súbito de febre, cefaleia, dores musculares (mialgia), tosse,
dor de garganta e fadiga é a manifestação mais comum. Nos casos mais graves,
geralmente, existe dificuldade respiratória e há necessidade de hospitalização.
Nessa situação é denominada Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Alguns
estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações
por pneumonias, de 39% a 75% a
mortalidade global e em, aproximadamente, 50% nas doenças relacionadas à
influenza.
Assessoria de Comunicação da Sesa
Nenhum comentário:
Postar um comentário