terça-feira, 26 de abril de 2016

Ceará faz mais transplantes de coração nos 4 primeiros meses deste ano



O mês de abril nem terminou e o Ceará já superou este ano o número de transplantes de córnea e coração realizados no primeiro quadrimestre de 2015. No ano passado, de janeiro a abril, foram realizados 261 transplantes de córnea e seis de coração. Este ano, até o dia 22 de abril, foram feitos no Estado 272 transplantes de córnea e sete de coração. “Precisamos que esses números cresçam cada vez mais para atender a demanda da fila de espera que tem 16 pacientes aguardando a doação de um coração. Assim, temos que continuar empenhando esforços para que a população seja solidária para o ato de doar”, destacou João David de Souza Neto, coordenador da Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca do Hospital de Messejana.

O aposentado Francisco Antônio da Silva, 65 anos, é um dos novos transplantados de coração. Ele era portador de uma miocardiopatia isquêmica. Há nove meses, após sofrer um infarto, passou a viver de forma limitada. Teve que deixar o trabalho de motorista porque não conseguia mais caminhar. O inchaço do corpo e a falta de ar eram constantes. Hoje, após ter recebido o novo coração há um mês, Francisco já se sente diferente. “Estou bem, tranquilo, muito feliz, nasci de novo”, revelou com palavras de gratidão a Deus e à equipe do Hospital de Messejana.

Atualmente, 16 adultos e cinco crianças aguardam a doação de um coração na fila do transplante cardíaco. Entre os pacientes está Diogo Felipe da Silva, de 18 anos, que veio do Estado do Pará em busca de um novo coração. Ele precisa da doação com urgência. Sobrevive com a ajuda do dispositivo de assistência ventricular mecânica, mais conhecido por coração artificial.
O Hospital de Messejana é referência nacional em transplante cardíaco e o único do Norte e Nordeste a realizar transplante cardíaco pediátrico. O HM está entre os três principais centros transplantadores do país, junto com o Instituto do Coração (Incor) e do Instituto Dante Pazzanese, os dois de São Paulo. Caracterizado pelo Ministério da Saúde e Ministério da Educação como Hospital de Ensino, a unidade integra também a Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Hospitais de Ensino, ligada ao Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, compondo também a Rede Nacional de Hospitais Sentinela da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Córnea
Neste mês de abril, 12 médicos oftalmologistas transplantadores de córnea do Ceará participaram do primeiro Curso de Transplante Lamelar, promovido pela Central de Transplantes da Secretaria da Saúde do Estado, em parceria com a Sociedade de Oftalmologia do Ceará, Hospital de Olhos Leiria de Andrade, Banco de Olhos do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e Banco de Olhos do Ceará. Objetivo de curso: qualificar no uso do novo método os 15 centros transplantadores de córnea do Estado – 13 em Fortaleza, um em Sobral e um em Barbalha, onde atuam 13 equipes transplantadoras, 11 delas na capital.
No transplante de córnea lamelar posterior, apenas a camada endotelial, disfuncional, da córnea é substituída por tecido doador saudável, sem a necessidade de cortes na superfície ou pontos. O transplante de córnea “tradicional”, a Ceratoplastia Penetrante, é um procedimento mais invasivo, no qual todas as camadas corneanas, inclusive as não doentes, são transplantadas. Nos casos em que é indicada, essa técnica proporciona um resultado refrativo e visual mais rápido e melhor, se comparado com os transplantes de córnea convencionais, também chamados transplantes penetrantes, que requerem tempo de recuperação do paciente de até um ano.
A córnea é a superfície transparente que cobre o centro do olho e constitui a sua importante lente. Quando a córnea se torna opaca por doenças, trauma, infecção ou outra causa, a visão pode diminuir drasticamente. Como não existe um substituto para este tecido, o transplante depende exclusivamente da doação de córnea. Em 2015 o Ceará bateu o seu próprio recorde de transplante de córneas com a realização de 831 procedimentos. Desde a criação da Central de Transplantes do Estado, em 1998, foram realizados no Ceará 7.653 transplantes de córnea no Ceará.

Recorde
Além do recorde de 1.433 transplantes no ano passado, o Ceará tem a melhor taxa de transplantes de fígado do Brasil, é o terceiro estado do país em doadores efetivos de tecidos e órgãos e tecidos para transplantes por milhão da população (pmp) e também o terceiro em transplantes de órgãos de doadores falecidos, conforme dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) relativo ao ano de 2015. Este ano, foram realizados no Estado até a sexta-feira, 22 de abril, o total de 406 transplantes – 64 de rim, 7 de coração, 42 de fígado, 1 de pulmão, 18 de medula óssea (10 autólogos e 8 alogêncios), 272 de córnea e 2 de esclera.

O Brasil tem hoje o maior sistema público de transplantes do mundo, no qual cerca de 95% dos procedimentos e cirurgias são feitos com recursos públicos. O Ceará, anualmente, fica entre os Estados que mais realizam transplantes de órgãos no país, com recordes sucessivos. Além do elevado nível de especialização e excelência das equipes transplantadoras no Ceará e do trabalho das comissões intra-hospitalares, um dos principais fatores que contribuem para o crescimento no número de transplantes é a solidariedade característica dos cearenses. São sensíveis à doação de órgãos e tecidos. Para ser um doador não precisa deixar mais nada por escrito. Basta avisar a sua família sobre a sua vontade de doar e ajudar a salvar vidas.

Assessoria de Comunicação da Sesa

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