Ir ao banheiro a cada meia hora, dormir mal, usar fraldas,
evitar relações sexuais, roupas claras e esportes de alto impacto são algumas
das inconveniências para a mulher que tem incontinência urinária. Exclusão,
redução das atividades e da autoestima também são consequências. Essa
incontinência tem evolução traiçoeira. Sorrateiramente, modifica a rotina de
40% das mulheres de 50 a 89 anos. E este número deve dobrar em 30 anos.
Portanto, é um sério problema de saúde pública. Dia 14 de março é o dia de
conscientização e informação sobre a incontinência urinária.
Na Maternidade Escola Assis Chateubriand da Universidade
Federal do Ceará (Meac-UFC), o Serviço de Uroginecologia dá assistência,
realiza pesquisas e promove o ensino nessa área. Referência pelo SUS, a atenção
multidisciplinar é prestada por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas que realizam
45 consultas semanais e até 30 cirurgias por mês.
Segundo o uroginecologista Leonardo Bezerra, professor
adjunto da Faculdade de Medicina da UFC, a incontinência urinária pode ser
classificada em dois tipos: de esforço ou de urgência. Se a perda de urina
ocorre ao tossir, espirrar ou correr, por exemplo, é chamada de incontinência
urinária de esforço. Tem-se alteração na musculatura do assoalho pélvico, que
suporta bexiga, útero e reto. Pode decorrer de traumatismos e lesões de partos
normais complicados. Mas a gravidez por si só, mesmo com cesárea, pode gerar
mudanças permanentes nessa estrutura. O envelhecimento e a atrofia muscular
também afetam a continência, então, mesmo quem nunca engravidou pode
desenvolvê-la.
A incontinência de urgência, por sua vez, é o desejo
incontrolável de ir ao banheiro. A bexiga não relaxa. Contrações involuntárias
causam perda de urina. Há medicamentos orais indicados, mas com efeitos
colaterais, custos altos e potenciais complicações. A fisioterapia do assoalho
pélvico é mais efetiva, sem contraindicações. Pode ainda involuir este
processo, sendo a primeira escolha nos casos mais leves.
O médico uroginecologista diagnostica a incontinência após
consulta e exame físico genital. O estudo urodinâmico simula os sintomas e
detecta as contrações não inibidas. Se há perda por esforço, a cirurgia de
Sling pode ser necessária. É minimamente invasiva, com pequenas incisões e
melhores resultados. Insere-se uma prótese abaixo da bexiga para restabelecer o
suporte vesical, impedindo a “queda da bexiga”. Muitas vezes com anestesia
local, alta hospitalar precoce e resultados imediatos. Essa cirurgia, bem como
o tratamento medicamentoso e a fisioterapia são realizados na Meac totalmente
financiados pelos SUS.
Fonte: ebserh.gov.br com informações da Meac
Excelente conteúdo! Também gosto de ler o conteúdo do Destaque Saúde.
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