Chegou a 944 o número de bebês com microcefalia ou
alterações do sistema nervoso no país, segundo boletim divulgado nesta
terça-feira (29) pelo Ministério da Saúde. Até o momento, 1.541 casos com
suspeita foram descartados. Há ainda 4.291 casos notificados em investigação. O
país enfrenta um surto de crianças que nasceram com lesões neurológicas associadas
à epidemia do vírus da zika.
Nesta semana, os estados do Acre, Amapá, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul informaram ao Ministério da Saúde a circulação autóctone da
zika. Dessa forma, todas as 27 unidades da federação estão com a circulação do vírus.
Os 944 casos confirmados ocorreram em 358 municípios, localizados em 21 Estados
e Distrito Federal.
Do início da epidemia, registrado em outubro, até o dia 29
de março, foram confirmadas 47 mortes durante a gestação ou após o parto por
alterações no sistema nervoso central. Outras 139 mortes estão sendo
investigadas.
As notificações são tanto de bebês com cabeça menor do que o
esperado, quanto de fetos que apresentam problemas de formação no cérebro ainda
na barriga -- mas que possuem perímetro cefálico normal. Todos passam por
exames para detectar se há má-formação e se ela foi provocada por uma infecção
na mãe, só então entram na contagem de casos confirmados - não só de
microcefalia, portanto, mas também de alguma lesão cerebral.
Segundo o Ministério são casos confirmados aqueles que
apresentam alterações típicas indicativas de infecção congênita, como
calcificações intracranianas, dilatação dos ventrículos cerebrais ou alterações
de fossa posterior entre outros sinais clínicos observados por qualquer método
de imagem ou identificação do vírus da zika em testes laboratoriais. Por isso,
os especialistas já estudam chamar a condição dos bebês de "síndrome da
zika congênita" e não só microcefalia.
Sexo com camisinha para grávidas
Seguindo as diretrizes da OMS, o Ministério da Saúde passou
a recomendar às grávidas que façam sexo com camisinha com os seus parceiros que
estiveram em regiões endêmicas para o vírus da zika. O alerta acontece após
Estados Unidos, França e Itália apontarem casos de suspeita de transmissão
sexual do vírus.
"É evidente que gestantes precisam tomar mais cuidados,
principalmente porque a maioria das pessoas não manifestam sintomas",
disse Marcelo Castro, ministro da Saúde.
61 países desde 2015
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recebeu notificações de
presença do vírus da zika em 61 países do início de 2007 até o dia 23 de março
de 2016. Quatro desses países e territórios relataram que o surto já terminou.
O relatório da organização mostra também que a Argentina e a
Nova Zelândia são os países mais recentes a relatar a transmissão sexual da
zika. Assim, cinco países (Itália, França, Estados Unidos, Argentina e Nova
Zelândia) já alegaram que a infecção foi adquirida na ausência de qualquer
mosquito.
Segundo balanço da OMS, 12 países registraram aumento de
casos da Síndrome de Guillain-Barré, que causa paralisia muscular, e analisam a
relação com o vírus.
Os casos de microcefalia têm sido relatados no Brasil e na
Polinésia Francesa. Nos Estados Unidos e na Eslovênia foram detectados casos,
mas os infectados tinham viajado para o Brasil.
Fonte: Notícias Uol
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