A maioria das pessoas se sente incomodada com
seu peso em algum momento da vida, mas se a relação com a comida e com a
aparência sair do controle, pode sinalizar um problema maior: um transtorno
alimentar.
Você começa a ficar obcecado com
cada caloria, cada exercício praticado, e um quilo a mais pode arruinar seu
dia. Se essas preocupações se tornam um problema central na sua vida, sua saúde
e sua felicidade, é porque elas viraram algo mais sério.
Transtornos alimentares podem se
tornar doenças psiquiátricas graves, que colocam em risco a vida da pessoa
afetada. Segundo o Manual de Psiquiatria de diagnóstico de distúrbios mentais,
publicado pela Associação Americana de Psiquiatria, uma em cada cinco mulheres
sofre de algum transtorno alimentar classificado como doença mental ou de algum
tipo de hábito alimentar desordenado.
São patologias cada vez mais
frequentes, sobretudo entre jovens de 12 a 24 anos e do sexo feminino. Os mais
comuns são a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e a compulsão ao comer.
E, se a detecção precoce é
importante, mais ainda é a prevenção, desde a infância. Eis alguns conselhos
para isso:
1. É preciso ensinar desde cedo a
importância de hábitos saudáveis às crianças, dizem especialistas do Hospital
Infantil de Sant Joan de Déu, de Barcelona. Isso inclui horários regulares para
comer, fazer refeições moderadas quatro ou cinco vezes ao dia, evitar pular as
refeições e não comer "besteiras" nos intervalos entre elas.
Segundo a psicóloga argentina
Brigitte Aquin, especialista em transtornos alimentares, é recomendável que os
pais sejam capazes de controlar ao menos duas refeições diárias de seus filhos.
2. A dieta das crianças deve ser
saudável, equilibrada e variada - com limitações ao consumo de doces,
sobremesas industrializadas e fast-food. É fundamental que o cardápio inclua
diversas frutas e verduras.
3. Os transtornos alimentares são
problemas de origem psicológica, então é essencial que a autoestima das
crianças seja observada com atenção dentro de casa. Por isso, os pais devem
fomentar a autoestima dos filhos para que ele descubra suas habilidades e suas
limitações, aceite-as e aprenda a se sentir bem consigo mesmo, orienta o
hospital Sant Joan de Déu.
Para Aquin, "é importante
ajudar os jovens a não condicionar seu corpo a uma questão de aparência".
A ideia é fortalecer as crianças perante as mensagens sobre estética, ideais de
beleza e alimentação (como dietas "milagrosas" e produtos
emagrecedores) bombardeadas por meios de comunicação e pela publicidade.
"A glorificação da magreza e as dietas restritivas não são uma solução à
epidemia da obesidade, mas sim algo que pode ter efeitos negativos sobre a
saúde", diz Aquin.
4. O Hospital Sant Joan de Déu
também aconselha estabelecer uma boa comunicação no âmbito familiar, para que
as crianças se sintam seguras e sejam capazes de buscar a opinião e a ajuda da
própria família quando estiverem diante de situações difíceis ou estressantes.
5. Outro conselho é adotar e
manter hábitos saudáveis também em outras esferas, como a prática de atividades
físicas e um número suficiente de horas de sono. Tudo isso ajuda a levar uma
vida mais equilibrada.
Fonte: Uol
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